Treze de maio - 1846
ãiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiõiiiiiiiiiõiiiõioii~-- QUARTA-FEIRA - S'l•º TRIMESTRE._ JE IDim M -PARA' NA TYPOGRAPHIA DE SANTOS & FILHOS, RUA DE S. JOAO CANTO DA ESTRADA DE S. JOSE'- i-i.iiiiiiii+iiiiiiii-m-iiii-iiiiaiiiiiiiama;íii,vsintti!ii•iii:§tmttiii:t1 2-M&R♦iaÍW-a&iz,.,.,..Fi:~oiiJlinwm-=m~mÍU :wa·k HY~M &MW iif .11 necessidade de um Brtnco Commêrcial conti• nuado do N . 0 f-1~7. Seg;ue-se o penultimo quezito = Posto em and,,mento o Bancu pode contar-se com emprego rendoso, e seguro a seus funrlos ? ,, Ha dois meios de exaniinar qual a probahilida– de do futuro do Banco a este r"speiro, e saõ os principios, e os factos . Segundo os princípios em toJo o Paiz novo, fertil, e sau<lavel, mas falto de capitaes, e braços, be de ordinario mui caro o trabalho, e mui rendozas as esp~culaçôes pela li– mitaçaô da concorrencia, e por tanto mui procu– rados o;; capitaes, e mui caro o pagamento de seu uzo, ou por OIÍtras palavrn,; muito · subidos os ju– ros do dinheiro que naô 1-<aõ outra coiza mais, que o pagamento do alug11el, e uzo do dinheiro. E estando naquelle cc1so a Província do Pará on– de saõ raros os capitaes, até porque cauzas di– versas tem feito retirar muita parte dos que nel!e se poupaõ, e ganhaõ, he consequencia, que ha de ser por muito tempo alto o juro do dinheiro , entre n'Ós, e rendoza a empreza de um Banco, que reuna cc1pitaes para os emprestar com van– ta~ern 1·,-.ci proca. E os fa ·tr;s \em em ah0no destes priocipios, porque sahP:-se ~eralrnente, que se dá 2, 3, 4, e mais por cento ao mez pelo emprestimo rlo di– nhdro; e ainda quanJo o estabdt:·cirnento do B:inco recuza corno he de esperar, o juro do di– nrwiro até a I por cento ao mez, aioda assim terá lucros vant ajosos para os accionista.'.,, para · os toma ,lores a juro-., e para o publico em ~era!, que ganha com o desenvoh·imenL) das tranzações. Os capitaes ern um ~<loco g~mha,1 tc1nto mais na segurança, e repro•iuçaõ das tranzacç.ões, embo– ra á mPnor juro, do que o emprestador a juro al– to, arriscaú9 quaú s1;:rnpr~, e que por ru.uilas ve: zes tem estagnados, e sem gi ro seus capi– tat'-s. He · calculo jâ fdto, que os Ban<'os gauhaõ de sua parte ta ,,to qu anto tambem ganh ,H) os to– madorer 110 empi ev.o, que fazem do dinheiro; no entretanto, 4,ie os er1q,re·s1adt•res a juros exa– gerad ,)S de -2, :3, 4, e mais p11r cento ao nu-z ~ó- · mente ganha<'i com a perda dos romadort:'s, <los quaes a gr-ande niainria !'ie arruina. .Saõ · tran– zaçôes reg11bres aq1J ~•l!as, e nas <1naes todos ga– nl1aú, e o Pai:t, como acontt'Ct nas trocas em ge– ral, a que . especialmeHte chamamos compra, e venda, e se Lzern pnrque ambas ás partes o de– sej a ô, e com ellas l11 r.raõ. As tranzações a alto juro, liritc1s á face da Lei, que as autoriza, e pl)rque nin~uem obri~a G to– mad• >r a fazei-as. saô d ,mn ilsas, porque t::!ll ulti– mo resultado, saõ sen1pn:~ t'L:' vantagem de uma das p artes, e cum 1·uina da outra, e podemo~ dizer, qtJe tambem p~rda do P aiz, que, se ganha coru uns tanto qwrnto perde c,vn os outros, havendo sin,ples tr;-insforencia de bens de urna maõ para outra, dPixa com tu<lo de lucrnr o que daria o em– prego razoavel 1 ie,;tes fünd os em beneficio das duas partes, e c..:om seus esforços. N aô se pode,·á talvez applicar com muita pro priedade a esta industria o apolo~() do iwlividuo, que abriu o ventre da galinha, que deitava ovos d 'ouro, para os obter todos de uma vez, mos póde ter appli– caçaõ o que se re fel'e de I ndios bravios, que pa– ra naõ terem o tr;ib;ilh;, de colher urna por uma as frutc1s, e a seu tempo, deitaõ abaixo a arvore, e perdem parte dds existenti>s, e todas as füturas. O Páiz pPrde atP- certo p:into os lucros, que estes capitaP-s vaõ dando nct., maõ,; de se1is di– versos possuidorf's, e pe ·de c1inda mais com o Jesalento, que uahi prov~w ás tranzaçõt:s, e empre~as'.
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