Treze de maio - 1846
_,.,,. J (S) gúez no Brasil. Chegando o momento de jurar essa constituiçaõ, em que nem ao menos se nos dourà vaõ os ferro~; essa constituição vergonhosa para nós, que nos desnacionalisava, declarando a destituiçaõ do rei se viesse para o Brasil, re– clamou elle instantemente pela iliminação dos artig..Qs, que julgava reduzir-nos a despreíiiveis llotes; apenas desattendido, convidando os de– putados brasileiros a imitar-lhe o exemplo) foi o primejro a negar o jmamento e assignatura á tal cow,tituí:;ão; e acompanhado de seis dos mesmos deputados, retirou-se para a Inglaterra a 6 de oitubro ile 1822, e d'ahi logo de.pois para o ~io de Janeiro. Já a esse tempo, por cons~lhos ·dos outros dois Andradas, José Bonifacio e Martim J•'nmcisco, ministros do príncipe regente o Snr. D. Pedro I. 0 , possuídos da mesma idéa, que pa– recia congenita nos tres illustres irma6s, tinha o generoso príncipe declarado a independenciá do Brasil. Dado este grande passo, e procla– mado ó Sr. O. Pedro 1. 0 lmperadór constitu– cional, é para logo convocada a ,nossa assernbléa constituinte, e o conselheiro Antonio Carlos, ainda na Inglaterra, novamente eleito deputa– do pela sua provincia. N 'este primeiro congresso nacional entra elle coberto dos louros colhidos nas côrtes cons– tituintes portuguezas, rodeado do prestigio do seu nome; e na presença da patria não desmen– tio a gloria parlamentar adquerida na ~etro- pole. · Incumbido pelos legisladores constituintes de or~anisar o projecto de constituição, é o seu lu– minoso trabalho di~no das locubrações do Sieyes, bem que escoimado de suas utopias; e ,e d'es– se projecto que, com algumas alterações, foi co– piada a constituição que nos rege. Seus r~levan– tes esforços n'essa quadra em pl'Ol das liberda– des de seus concidadaõs, seus sublimes discur– sos, verdadeiros typos de patriotismo e saber, sua incansavel perseverança na grande obra ~a regeneração do seu paiz são eternos padrões, que ficarão estam·pados na memoria dos homens livres. .· Deixão entretanto seus irmaõs os conselhos da corôa, a que'm servião como ministros, e vol– tando ao seio da constituinte, de que .erão mem– bros, el!e e seus irmaõs são os primeiros sus– tentaculos da monarchia constituciônal. Mas desgraçadamente um mal disfarçado pla– no de intrigas urdido por uma coalisão de ul– tra-liberaes com os absolutistas e luzitanos, que já havia obrigado a demissão do ministerio An– drada, tinha podido illaquear a boa fé do desa– visado . ptincipe, pintando os Andradas ·como inimigos de suas prerogativas -ma.gestaticas, e o que mais é da patriá ! Assim é imperiosamen– te exigida pelo ministerio de então a elimina– ção dos tres Andradas do ,seio da con~tituinte, pretextando-se que por seus discursos n'assem– bléa provocavão uma sedição; que escrevião pa– ra o Tamoyo artigos incendiarios; e outras ra– sões cornmuns aos terroristas da F!'ança. E 'pois que a primeira repre~eotação nacio– nal teve bastante dignidade para evitar a vergo– nha e o suicidio, foi a forçci d' armas dissolvida, e os tres Andradas trasfegados aos carceres da Lage, e d'ahi com mais tres innocentes depu– tados, deportados para a França, se não e te– mei-aria a suspeita de irem ser entregues á vin– dicta luz1tana, como parece justificar a desne– cessaria arrihada ã Vigo_, a coincidente appari– ção de uma fragata portugueza u'esse porto, reclamando a entrega dos deportados da Luco– nia por parte- do governo portuguez ; extradic– ção vere;onhosa, a que não quiz acceder o go– vernador da Corunha . Cheizado á Bordéos, lo– gar de seu destino, pas;,;;ou os luctuosos dias de um immerecido desterro por mais de · c1uatró annos em companhia ..,~e.sua familia e de !leus illustres irmaõs. Era ~hi -que seu coração ma– goado por lhe parecer~que mangrava a arvore da liberda~e que com tanto esmero havia plan– tado na t~rra natal, lastimava amargamente que idéas quasi recolonisadoras pretendessem derri– bar a grandiosa obra da independencia, e mui• tas vezes _a seu espirita affiliado com a ini– qua persiguiçaõ de que era victima pelo só crime de amar a patria, sobranceiro, entr'etanto; como o patriota de Athenas marchando para o, ostracismo, assomavaõ as pung~ntes inspirações do Anacreonte lrlandez Moore, chorando o dC$– t!no de seu paiz. 0 ' er the ruin her children in secret must sigk, For'tis treason to leve her, tis death to defe1id ! Chamado entretanto para responder ao· monstruoso processo, que se lhe havia instau– rado a fim de cohonestar o acto da ,fissoluçaõ da constituinte, depois de ter sido objecto da inutil espionagem que contra elle e os deporta– dos se havia mandado pôr em pratica, e ven– cendo a singular opposiçaõ do ministro brasi– leiro residente em França, que com a maior contradiçaõ lhe negava o regresso, ao passo q_ue o ha, 1 iaõ citado por edictos no Brazíl, che~ou em 1828 ao Rio, e ahi pulverisando a calum– nia de seus inimigos politicos, defendeo-se a sí e a seu irmaõ Martim Francisco <lo inaudito crime de legislador constituinte, sendo ambos reconhecidos innocentes pela relaça6 da co"te [6 de .setembro d.e 1828]: por que ' em fim o puro patriota em vol~a do exilio naõ devera saudar o primeiro anniversario da indepen– dencia inquinado de um crime, bem que sup– posto ! Depois <Je sua abt oh+;aõ recolt1eu-se a seu paiz natal, entaõ villa de Santos, par~
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