Treze de maio - 1846
.. (3) face da quesfaõ. 1 Os capitães quan<lo entregues aos Bancos não correm mais risco do que nas maõs particulares, e muito pelo contrario co- . nio estaõ reuoidos, e em giro, saõ as perdas, .quaesquer que hajaõ, repartidas por todos, pe– •lo que se tornaõ quazi nuilas, e os lucros or– dinarios as compensaõ. Hum furto, uma falsi– •ticaçaõ, uma quebra fraudulenta de devedor mal affiançado (se he isto possível, porque lemos do Banco do Rio de Janeiro, que ainda ne– ;Jlhuma destas perdas sofreu) seriai) talves cau- 2a da ruina do individuo sobre que recahissem; mas em 11m Banco, dividida a perda pelos ac– cionistas todos, he quazi insensível a ·cada .um. E os roubos em grande escala, ou <lestrui– çaõ por incendio &c. -que a anarquia pode a– carretar 1 Primeiramente te~os confiança em que melhores dias esperaõ o nosso Paiz; mas 1,e he de temer, que naô tenhamos para esta c.sperança todo o fundamento, se o temor de dezordens deve obrar ainda sobre nos com -ef– feitos desanimadores, nesse cazo seriamos mais logicos em nossos receios, se sucumbindo a el– les naõ estendessemos nossos meios, não edificas– sem uns, naõ espalhassem outros em gil'O commer– cial demorado avultados cabedaes, e os não en– terrassem alguns em Estabelescimentos agricu– Jas, e fabrís- dt! mais dificil liquidaçaõ. Se po– rem o fazem todos, e com todos os esforços de bem entendido interesse. Se lutando contra es– ses receios os procuramos confundir, e minorar :uos meios de pro~r;essiva prosperidade indivi– dual, e geral, he lambem consequencia logi– ea, e irrezistivel, <4ue separemos para Esta– belesci mentos cuj:i tendencia civilizadora, e an– tidezordeira he tão <lemonstravel, parte desses mesmos fundos, que nã:.1 receamos arriscar d 1 ou– tro modo. Como ja vimos são os Bancos meio effi– caz de reunir ern massas importantes as so– bras, ou dephzitos de capitaPs ,, dinheiros,. que nas maõs de seu;; possuidores nã\J tinhão em~ p r ego, de lhes dar giro, e dezenvol_vimen~o duplicanJo-os em pouco~ annos. Dah1 a ne– cessidade progressiva de braços, que os venhão manejar, e ser,•ir - dahi o acrescimo progres– sivo da riqueza, e população, e com estas a maior civilização do Paiz, que consiste em seu dezenvolvirnento- material. e moral. Então mais povoad9, mais rico, e mais cidliza<lo o Paiz mais verdadeira força tem o G,wemo para sus– tentação das Leis, e mais prontas, e efficazes são suas providencias - mais instruidos os ha– bitantes para cerrarem os ouvidos as falsidades com que pela mor parte das vezes são indusi– dos a intervirem violentamente na direcção dos DPitocios :Jnblicos. Mais illustrados ainda para não- acreditarem nas prom~ssas do chadatanis: mo interessàdo - para 'reconhec-eretn a I.• vis~ ta, que a ex.--lgeração em política encobre de ordinario, ou violencia de paixões odiozas, ou -interesses illicitos- e para guardarem como do– gma, q11e a sciencia de dirigir povos, a mais complexa, e de dificil applicação, não he de ar,– quizição tão facil, q11e a acreditem possuida por quantos o prodamão e que _comtudo não tem dada a mais Ii~eira noção. , E se á proporção que com o aumento da população, e riqueza se dezenvolve a civiliza– ção tornão-se ma:is estaveis as lnstituiçües, ha n1&is bem entendida liberdade, mais sFgurança de vida, e propf'i~daJe -e se no estado actual de nosso Paiz, saõ os Bancos, corno vimos, um dos meios de conseguir -.est~s bens, apparece como consequencia necessaria, que o estabeles– cimento •le um bem dirigido Banco Commer– cial, he naõ só empreza de prezente, e de in– teresse immediato -aos acdonistas, mas esforço de illustrado patriotismo, que busque ao mes– mo tempo garantir, e dezenvolrer os capitaes existentes, pondo-os acuberto das dezordtns, r1ue a civilizaçaõ ten<le a minorar em seus ef– feitos, e a torna-las senaô impossivt•is para o futuro, pelo menos dificeis de se dezenvolver, e sustentar contra a vigilancia, e força da admi– nistraçaó E nestes principias, que se naõ po– dem contestar, se fosse exacto, que o estado do Paiz naõ offorecia ainda segurarn;a a estas em– prezas1 era precizo ou dar de maõ a todas, á edificaçaõ, ao giro demorado do commercio, as despezas fixas das man11facturas, e lavouras e enterrar cada um seus capitaes como nos Estados da Turquia ou entan, o que he mais lo~ico, pro– curar sustentar as empreza~, e tranzações exis– tentes com o estabelescimento de · um Banco Cornmercial, bem dirigido, que ao passo que as dezenvolve tende com força irrizistivel a lhes prestar ~arantias. ~ejaõ, como forem encarados os Bancos, saõ sempre de vantagem quer em seus rezul– tados materiaes, e rle lucros, quer nos de mo– ralidade e civilizaçaô, quer nos de politiea, ou estabilidade, e segurança publica. E se abuzvs se podem intruduzir, que lhes minorem, os bens, he isto consequencia inevitavel de t.odos os actos humanos, das instituições ainda as mais Sanctas, que nem por isso se· abandonaõ, ou repellem, mai; se a<hptaõ, ou conservaõ, re– formando feitos, e vigiando os ahuzos para se re– premirem. Continuar-se-há. , S. F. -O Thesoureiro dos VolPs avisa que deve ter– minar opagamento doli mesmo em toto opresente me.z dé Março~
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