Treze de maio - 1846
(S) primeiras pla'ntas, e continuar-se até Janeiro a trai'lsplant;ição, ou mudas. Deve-se cavar, e ba– ter-se muito bem o terreno para onde se vai fa– zer a muda, e dar ás linhas das plantas a dis– tancia de quatro pés urnas das outras. A mu– da deve ser feita em tempo humido, e em quan– t-0 está molhaJa a terra, e se chover não se per– ca tempo. Tendv chovido de noite podem f,car discubertas no dia as plantas, mas he sempre boa cautela as não t;xpor ao sol por 5, ou 6 dias depois da muda. Tem havido annos em que sou obrigado a cubrir toda minha plantaçaõ, porem naõ em outros. Depois de plantado o tabaco he seu primeiro, e mais terrivel inimigo a minhoca preta, que sendo quazi invizivel a principio depois se faz muito maior em dois ou tres dias, e he sómente encontrada na raiz da planta já depois de causa– do o damno. Re preciso ter com ellas muito cui– dado, e acabar com todas para salvar as outras plantas. Como he entaõ tempo chuvuso torna-se dura e como que recoz idà a terra, que estando ao prin•· cipio batida, e fofa, a endurecem, e cozem as chuvas , seg11idas de mui forte sol, e he muito preciso cavar, e revolver, a terra em redor das plantas, que assim se tornaõ mais vigorosns, e robustas~ e haja todo o cuidado de as . ter sem– pre limpas das hervas, e dos insectos até o tem– po da decotaçaõ. Eu costumo deixrrr, que as plantas cresçaõ até o aparecim c>nto dos boLões de flo res, e entaõ tiro debaixo as folhas seccas, e as que estaõ damnificadas pelos bixos, e de– coto da parte de cima o grelo deixando sómen– te as folhas com que a haste possa, e em geral de 12 até 16 folhas. Da · entaõ em diante consiste o trabalho em obstar ao crescimento da haste até ficarem ma– duras as folhas o que se conhece pela sua curva– tura, e amarelidaõ. Quando o estaõ cortaõ-se as hastes em tempo secco, e se deixaõ no chaõ o tempo, que baste para murchar, e tornar bran– das as folhas de sorte, qqe se naõ quebr~m ao carregar, e dois homens com uma paviola de maõ conduzem as hastes com segurança par~ a sombra. Penduraõ-se as hastes, separadas umas das outras, e em lugar arejado, e ahi se seccaõ a sombra, ajudando com fogo se for mu ito hu– mid.o o tempo. Talvez seja preferivel fogo de carvaõ, mas eu tenho usado lenha ~em que da-– hi venha damno á qualídaàe do ta haco. Neste estado deixaõ-se as hastes até que fr– quem perfei tamente seccas as foíhai>; tiraõ-~•;e para baixo em tempo, que se fôr h~ :llido me– lhor, e separaõ-se as folhas da haste. Se entaõ naõ he· bom o taba!:o nu nca mais o será; e he pl'incip~lmente da falta de bons telheit·os para seccal' na sombra o tabaco, que resulta _ser elle de inferior qualidade. Se elle se torna boloren- to, he minha opmrnõ, que nunca mais será bom, e tanto maior he sua transpiração, ou tan– to mais suão as folhas, tanto mais perto estão de se estragarem. Eu tenho todo o ' cuidado em que os montes .de folhas estejão sernpre . frescos , e para isso os faço mecher frequentemente até serem prepara• dos em rollos, o que se faz melbm.· em tempo chovôso, e se estão seccas as folhas borrifão-se com agoa, e se arrumão em montinhos até te– rem humidade pre<.:is:a, que he tantà quanta bas– te para que se nfto quebrem as folhas .ao traba• lhar com ellas. Tira-se então o talo ás folha, e se torcem estas no tamanl 0 0 , e fórma que se quer, e postas em um Barril se sujeitão a prensa, que as aperta, e dá ao tabaco a boa côr, e bom chei- ro, que chega a ter. . A minha prensa he tão simples como tudo o mais: um forte madeiro enterrado na terra com dois buracos cortados nelle. Em o del:.,aixo po,, em-se uma taboa rente ao chão em que assen• ta o barril; no de cima o pau que serve de ala– vanca e aperta contra o tabaco, contido naquelle, e dois homens com pau, e cordas para .torcer, e apertar fazem o trabalho. Traduzido da obra -- Agriculture and Grazing in New South '\Vales- por F. Extracto de hüa carta vinda ·de Goyaz de hüa ~ pessoa fidedigna. .No Norte desta Cidar!e ( Goyoz) em muito mais de cem legoa.s existe uma capella de Santa Roza, filial á fregueziq, de Flores, na qual aconteceo o que passo a referir. JVo dia do .JVatal do anno proximo passado [ 1844 J abrindo o Sacristaõ a referida Oapella {t tarde achou o Smfto Crucifixo do .J!ltar com sua Peanha extir:µdo sobre a cam• pa de uma sepult~tra longe do Altar ires palmos ou quatro [ c2.(jo .ílltar estava pedü da porta prin• cipat, lugar mais proprio para se celr:brnr o San• to Sacrificio, por se estar reediji,caPÀo a mesma capetla] e junto ao Santo Crucifixo a imagem de S. l'iebastião cah.ída de bruços, a qual logo le– vantou, e a collocou no seo lugar. Querendo fa– zer o mesmo ao Sa,do fJrucffixo naõ o pode conse– guir, parecendo-lhe que estava pregado ua cam– pa a pregos. Correo logo e chamou o Cavellaõ, que veio com muitas pessoas, e fazendo est~ toda a força em levantar o 8anto Urutifixo nunca lhe foi possivel, e · quanto mais pessoas m!ravaõ na capella mais firme estava o Crucifi.ro sobre a cam– pa da sepultura. J11ai:s de 20 pessoas traba!haraõ em levantar o Oruâjtxo, e nada· cc-nseguiraõ. .9p– parecendo porrm hum meníno de 5 ou 6 annos de idade, o Oapeliaõ mandoit lêvantasse a Cruz, es..,
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