Treze de maio - 1846

( ~ "' ~ABBADO !}4l. 0 TRIMESTRE._ Jm IDJJl M~ll " -PARA' NA TYPOGRAPHIA DE SANTOS & FILHOS, RUA DE S. JOAO CANTO DA ESTRADA DE S. JOSE'- • WMtff iW tíi!tibiY'i&-Miêií~F ·$&~~e:t2!Wi5- W% 1 Mt>ifAffi'.f::YiiiW5Qi';jfj SBcWif fflé·§tl!iN@§if .11. necessidade de um Banco Commercial Continuaçaõ do .N. 0 581. Reconhecida a vantagem, ou antes urgen– cia que ha de dar dezenvolvime,nto aos capita– es da Provincia - que um dos meios he a en– trada em giro· dos que existem recolhidos nas burras, e gavetas - que deste giro rezulta lu– cro, ou juros aos donos dos capitaes, ganhos aos que os tomaõ a juros e empregaõ, salarios, ou ordenados aos que coadjuvaõ a estes em seu gi– ro, ou emprezas, e riqueza em geral á Provín– cia - que finalmente um Banco he o meio ma– is adaptado para dar emprego aos capitaes a que elle falta - está sem mais esforço demonstra– da a necessidade da creaçaõ de um Banco Com– mercial, e poderíamos mesmo dizer a urgencia, porque dtsta soluçaõ pendem em grande parte muitas outras questões de alta politica, de mo– ralidade, e de civilizaçaõ, como o naõ ignoraõ todos aqueiles, que sabem comprehender a inti– ma ligaçaõ, que ha entre a felicidade mat_erial, e a moral de qualquer Povo. Ha no entretante alguns quezitos a exami– nar, e os podemos reduzir a estes: Ha meios de assegurar estabilidade, e prosperidade a es– tes Estabtlescimentos? Po,femos contar com el– las no estarlo actual do I rnperio? Ha possibiii– dade de obter os fundos prel'izos para o_ crear efficazmente na Provincia? Posto em andamen– to: pode contar-se com emprego rendozo, e se– guro á, seus fundos? ~ que especie de Banco de– ve ser a preferida? ._ Antes de axaminar estas questões, que ali– as podiaõ occupar volumes, se naõ se trntasse de simples artigos de Jornal, cabe notar de pc1s– sagem os inconv t-nientes ori~inados da Lei de ~4 ~e Q_ut~bro de 1S32, que no seu prindpio de juro illimitado, e á vontade dos contractan– tes pareceu dispor para esses grandes merca– dos em que a abum!ancia de capitaes tende a fixar-lhe limites pela concorrencia; e naõ para nossas Villas _do Interior, e mesmo Cidades ma– rítimas em que a falta de dinheiro, e nenhu– ma confi ança reciproca eleva os juros a taxas inacreditaveis. Juros de 3, 4 e 5 por cento por mez saõ de aj11stes frequentes, e ja vimos senten– ceado em J uizo o pagamento de juros de 8 por cento ao mez! E no entretanto he lambem Direito entre nos, que os contractos se anullem por lezaõ enorme, e enormíssima, ou quando a venda he por exemplo a preço duplo do mercado; mas em materia de emprestimo de dinheirn vigQra o contracto embora a lezaõ se– ja alem de enormíssima como no cazo dos ju– ros de 8 por cento ao mez, que he 16 ve– zes mais, que o juro legal de 6 por cento ao anno. Citamos estes factos apenas para notar a desanimaçaõ completa que ha no mercado dos jmos onde só tem vantagens os sumamen– te babeis, e expertos, ou os xicanistas, e tra– paceiros, e dahi rezulta que o estabelescimen– to dos Bancos deve -;er popular, e dezejado por torlos, que tem dinheiros a dar a juros, e pelos que os precizaõ tomar com alguma van""'. tagem. . Ainda outro facto notavel temos a consi~– nar, e he que sendo a limitada circulaçaõ do dinheifo, e emprego dos capitaes de tanto dam– no para o Paiz o aggravem as proprias pu– blicas Instituições, e Estabelescimentos. Assim ve, oos as Thezourarias, Camaras Municipaes etc conservarem em caixa por muitos dias, e mezes contos, e contos de réis, cuja retirada tanto se sente as vezes no mercado, e praça. Naõ a::ipiramos ainua á pratica ue::,ses Paizes

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