Treze de maio - 1846

SABBADO 81,º TRIMESTRE. CJ' -PARA• NA TYPOGRAPHIA DE SANTOS & FILHOS, RUA DE S. JOAO CANTO DA ESTRADA DE S JOSE lltlt~ ~m aADlllUft®)~ CAMARA DOS DEPUTADOS. PRESIDENCIA DO SR. MoNIZ TAVARES. Sessaõ em 21 de .llgoslo. Ordem do Dia - Fabrica de Productos Chi micos. O Sr. Souza Franco:-Demórava-me a entrai' nesta discussão a espera de que o nobre depu– tado pelas Alagôas, aquem sempre me refiro, tomasse a palavra; porque se elle o quizesse fa– zer poupar nos hia o trabalho de andar ás apal– padellas, e poderia dispensar- nos da discus~ão trazenrlo a ella a luz que sempre costuma. Co– mo porém se demore e não queira tomar a pa– lavra, irei por diante e farei ver minha humil– de opinião. Tomo esta questaõ, Sr. presidente, em um ponto de vista algum tanto diverso do que tem sido tomado pelos · honrados. deputados que já fallárão. Os honrados deputados olhão a ques– tão pelo lado da pretecção á creaçaõ de certos productos, aliás muito necessarios, porém naõ con– siderão como eu pelo lado do grande principio da verdadeira e efficaz animaçâo as industrias já conhecidas no lmperio (apoiados), e de nova e ,melhor direcção do espirito brazileiro aos tra– balhos matt;riaes ( apoiados). Quawlo ha dias tive de fallar na casa sobre estabelecimentos ' de instrucção publica, deplo– rei que esta favorecesse tendencias simplesmente litterarias e sem applicação á industria; e que quando precizamos homens babeis nos diversos tra– balhos industriosos (apoiados) a educação só di– rigisse a mocidade, as letras e sciencias abstrac- tas. Eis-aqui uma occasrno que se apresenta para chamar os talentos brazileiros á industria fabril e manufuctureira; e eu rogo á camara que a aproveite, e que em lugar de tanto ho– mem de letras dote o paiz tambem com mais alguns industriosos, artistas habeis ou manu– factureiros. A empreza de que se trata tem de crear pro– duetos chimicos, que geralmente se sabe, são indispensaveis ao melhoramento de muitos dos trabalhos já admittidos no paiz, e tambem de estabelecer escola theórica e pratica em que se en– sine o meio de fazer e empregar estes productos. Uma voz: -Escolas normaes. O Sr. S. Franco:-Escolas theorica e pratica e industria ques erao normaes na supposição que nel– la se ensinem os mais modernos e approvados meios de fazer os productos chimicos, que, como o aci– do sulphurico são a base de muitos trabalhos, e de stia applicaç_ão aos diversos trabalhos tão atrazados entre nós. E' este o ponto principal da q1wstão, e foi sempre a grande difficuldad~ em toda a parte, e éra ainda entre nós obter pessoa qualificada para dirigir esta empreza e ensino. Ora, é isto que se nos apresenta na oc– casião, e a pessoa que se propõe a . estabelecer esta fabrica, é, na opinião geral, muito qualifica– da para bem a dirigir. . . . . • O Sr. Meirelles: - Que é muito habil eu o afianço. O Sr. S. Franco:-E que ó nobre deputado é competente nestas materias não ha quem o duvide, e o ~eu voto em farnr da empreza é de muito peso. Quanto a mim, só asseguro por o ter ouvido geralmente, e mesmo por ter visto citado com honra o nome do Sr. barão d' Arcet. O 8r. Meirelle~:- E' o nome do pai. O Sr. S, Franco:-::~ tambem o do filho, qu~

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