Treze de maio - 1846

(4) desbotar a declaração posterior do . governo do .Brazil t! sua abstenção de todo e qu,dquer acto de intervenção. E naõ me parece muito de louvar o morlo po~ que encarou o honrado deputado pela Bahia es– tes negocios, censurando tudo, e se naõ declaran– do sobre a política que prefere. O honrado de– putado trovejou contra a intervençaõ e seus abu– sos, naõ approva a neutralidade ... O SR. FER:!AZ: - N aõ disse isso. n SR. SouzA FRANco: - Logo parece querer a cooperaçaõ com Rosas. O ~R. FERRAZ: - Eu quero que se · approve expn·ssame_nte a neutralidade ... O SR. SouzA FRANco:-Pois ,eu prefiro o mo– do porque se expr ime à c,1mmissaõ que, sem approvar· especialmente a neutralidade, porque seria atar até certo p0nto as máõs ao governo, presta-lhe inteira confiança, e deixa a seu juiso o sustentar ou variar de política segundo as oc– currencias. Qualquer politica fixa em relaçaõ a .Estados que a tem taõ ,,ariavel podia sér segui– da de graves inconvenit>ntes . E bem que sequei– ra sustentar que o general Rosas naô contende por Jenominaçaõ, mas por inflnencia na Repu– blica do U ruguay, quer-me parecer que ha mui– ta difliculdadeoem traçar a linha que ha de dii:;– tinguir sua influrneia da verdadeira dominaçaõ, e maior ainda em crer na possibilidarle de vêr transformado f'm protector de governo selvagem unitario,· o infotigavel apostolo da crmversaõ dos gmrernos, outr'ora pertencentes ao ·vice-reinado de Buenus-Ayres em g-overnos federaes sob a direcçaõ delle general Rosas. Ainda tenho de fazer li~eiras observações so– bre a expressaõ de trans/it~a.,; empregada pelo hon•·ado deputado pelo Rio de Janeiro contra a maioria de 1844. V SR. PAULINO: - A maioria do gabinete eu disse . O SR. SouzA FRANCO: - Pois a maioria do g::ihinete: e outros tem entendido o estigma á maioria da cnmara e diver~~s prssoas. .Se esta expres8aõ, Sr. presidente, tem por fim esti~ma– tisar alg11em, t>lla deve ser exa minada e analisa– da para se entrar no verdadeiro conhecimento de q11em saô esses a que póde chegar o odioso da qualificaçaõ. Em nosso paiz. Sr. presidente, onde a mul– tiplicidatle de pt-incipios ainda nao fixos deixa grande latitude ás capacidades; e onde naõ exis– te, creio que felizmente, como na Inglaterra in– teresses deci.iÍ:los e uniformes, dirigillos por chefes abalisados, e que com infl ,..1 encia reconhe– ci ia, e ~rnndes meios prendem a seu carro as diversas phases que compõe o partido em nosso p aiz, digo, naõ é ainda possi,,el obrigar os indi– víduos a se conservarem sempre concordes e _obedientes, salvo pelo~ jnteresses ou paixões~ Não temos mesmo ainda bandeiras pronun.: ciadas, cujo jurâmento restricto, claro e especi– ficado, torne crime de lesa partido o abandono dos chefes em toda e qualquer occasião ( apf'oia– dos ). E' pois muito difücil alcunhar com pro– priedade de transfugas aquelles que abandonão os partidos em phrases em 4ue muitas vezes el– les só conservão <lo que erão o nome e algumas ; pessoas. - Talvez mesmo o honrado rlepntarlo não tenha ainda comprehendido que o partido a que se re– fere como abandonado pelos transfugas estava ·· dissolvido em l!rande parte desde muito tempo (apoiados); tinha perdido o seu- vigor justamen- .: te na occasião em que, como elle se exprimio, se suicidava o partído a11t.agonista. Mas o facto é . exacto, e o torpôr dc1 s•'ssão de 1843, sua nenhu.: ma importancia politica o demonst!'árão clara– mente. · Refere a histol'ia de Alexandre Magno que,– nave~ando no H ydaspe, e cahindo-lhe no rio a · corôa, premiara generosamente o individuo que para a salvar, se arrojara ás onôas e lh'a trouxera; mas q 1e ta mbem o punira duramente, porque, para seguir desembaraçado o navio, collocara so– bre a sua cabeca a coroa do seu monan ha. Re– fere-se tawhe~ dos Tebanos que elles não des– culparaõ a Epaminonclas o conservar por mais tempo <lo que o legal o commando do exercito, ainda tenJo-lhe sido indispt>nsavel para concluir a campanha fe~iz, em que tanta gloria adquitio para o stu Ea1z. No Brasil ,- depois de 1842, ainda muitos da.: quelles que applaudirão os actos de gabinete de · março, que consideraraõ muito importante o ser– viço da pacifica\·ão das p rovinc·ias, comp'rehen– dêrão o perigo do emprego dos meios de que usfira, entenderão que se estava já alem do fim a que se compromettêr'ão chegar, e que uma tal ou qual rea\·ão era preci~a, indispensavel ( apoia– dos, e a ella se resolverão l\las desfeito um cam– po, não he sempre immediatamente que outro se fórina, e os extraviados se conscrvão em o meio termo, até que de novo outros se formão, e os de paixões mais calmas escolhem por si , e se vaõ collorar onde preferem, mesmo no oppos– tn, nem sempre para concordar em todos os prinC' ipios, mas de ordinario para oppôr barrei- ra · áquelles que foraõ alem do devido. . N e::.te ponto de \ ista. attender-se-ha sómente aos individuos, e terão sempre elles o direito de representar os princípios? Mas quaes serão en– tão os verdadeiros representantes, e quaes os transfugas? E tendo uns recuado, porque forão outros alem do projectado, a qual das fracções caberá o esti~ma de ti ansfugas ? (npoiodos.) ·· Devo concluir meu discurso, e resumi-lo, di– zendo a respeito da conciliação que, se é uma verdadeira utopia o concurso de todas as von-

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