Treze de maio - 1846

(2) Dia 13. - Barra Portugueza - Oliveira - vin– da de Bisboa em 30 dias de ~iagem, consignada a F. G. da Costa & Cª. - 35 moios _de sal, 14 Bar– cos de pedra de cal, 217 barrís, 3S pipas, e 7 quartollas com vinho, 38 quartollas, ,25 barrís, e 4 pipas com vina~r-e, 55 barrís e 10 latas com azeite doce, 22 caixas com vellas de ·cera, 8 di– tas com violas, 45 ditas com massas, 21 ditas com obras de cobre e outros metaes, 32 ditas com ferrages, 9 volumes com moveis, 32 barris corn carnes, 4 caixotes com livros, 6 pedras, 5 volumes com roupa, 4 ditos com papel, 5 ditos copi calçado, 13 barricas com legumes, 7 caixas com Imagens, 600 molhos de sebollas, 66 volu– mes com diversas mercadorias, 121 ar_robas de batatas, 40 barris com manteiga, 23 barricas com bacatháo, 2 volumes com arreios, 2 ditos com missanga, 20 caixotes com 'folhas de flandres, 18 macetes. -SAHIDAS. - , Dia 3. -· Para Marseille a Polaca Franceza Stephan:y & Gabriel. - 5822 arrobfls de cacáo, 158 ditas de borraxa, 89 ditas de urucú. --Dia 10. - Para Maranhaõ o Pataxo Brasi– leiro Toninha. - 240 <luzias de ripas, 60 ditas . .de ta boas de tamaquaré, 33 polegadas de amarras, 220 arrobas de arroz, 21 ditas rle ~rude, 185 di– tas de borraxa, 12 ditas de gua1 ãná. --Dia 11. - Para Lishoa o Brigue Portuguez S. Joaõ Baptista. - 3963 arrobas de arroz, ~623 ditas 0 de cacáo, 58 ditas de borraxa, 113 ditas de salça, 2047 alqueires de arroz com casca, 1245 couros secos, 331 taboas de cP.dro, 48 ditas de acapú, 820 achas de lenha, 10 arrobas de estoupa de páos, 9 ditas de assucar. --Dia 11. - Para a Cidade do Porto o Brigue N. S. da Conceiçaõ. - 7233 arrobas de arroz, 110 ditas ditas de assu~ar, 35 potes ·de mel, 92 _arrobas de urucú, 619 ditas de cacáo, 39 ditas de algodaõ. -Dia 12.- Para Lisboa o Brigue Portuguez Mathílde. - 1824 arrobas de cacáo, 2094 ditas de arroz, 1779 alq·ueires de arroz com casca, 1000 êouros secos, 550 arrobas de algodaõ, 119 d itas de cravo, 16 ditas de salça, SI ditas de co- bre velho. - VARIEDADES. O AVARENTO CASTIG• .\DO POR SI MESMO, Hum velho avaro, que vivia n'huma cidade da .Alemanha tinha tanto odio aos homens quanto amor _ao dinheiro. Devia ter por her~ei_!.'o hum sobrinho, que com longo e afanoso trabalho mal havia conseguido elevar-se a hnma tal ou qual posiçaõ no commercio, e que esperava achar na herança .do tio a recompensa de sua paciencia e energia. Eis que adoece gravemente o avaro, e o medico lhe declara que poucas horas tem a vi-ver: entaõ elle manda vir hum fogareiro, e pa– ra que sua fortuna naõ passe a seu sobrinko, ou a outra alguma pessoa, lança ao fogo todos os massos de notas, e de acções de banco em que tinha toda a sua riqueza. Poucos minutos havia que tinha acabado esta operaçaõ que huma cri– se se opera no estado do enfermo, talvez em consequencia do es(orço que fizera: em fim pôde ter esperanças de recobrar a saúde •.• Mas que lhe importa essa saúde, era o dinheiro, o dinhei– ro, só que o ligava a existencia, elle se tinha ar– ruinado a si mesmo, elle se tinha roubado .. En.. taõ no silencio e nas trevas da noite elle abre as veias, e morre banhado em seu sangue. OS CASAMENTOS DE AGRA, Lê-se a inscripçaõ seguinte, traçada em letras maiusculas, na porta principal da Cidade de Agra, no lndostaõ. "No primeiro anno do reinado do imperador Julef, annulláraõ os magistrados dois mil casamentos, por consentimento reciproco dos esposos. Chegando esta noticia aos ouvidos do imperador, foi tal a indignaçaõ que lhe causou, que abolio a lei do divorcio nos seus estados. No decurso do anno seguinte houveraõ dois mil ca– samt>ntos de menos, e com tudo tresentas mulhe– res foraõ queimadas vivas por terem envenena– do seus maridos, e setenta e cinco homens sof– freraô a mesma pena por haverem assassinado suas mulheres. A quantidade dos moveis despe– daçados e destruídos no interior das familias par– ticulares representava hum valor de tres milhões de rupias. O imperador mandou logo restabele: cer a lei do divorcio. ,, RUYTER 1 E O CRIMINOSO. O almirante hollandez Ruyter, em huma das suas expedições á costa d' Africa, achava-se an– corado junto ao forte de S. Jorge na Costa de Guiné. Tendo hido a terra tres dos seus mari– nheiros, embebedaraõ-se em huma taberna, e tra\'ando-se de razões, pucharaõ pelas facas huns para os outros. O taberneiro procurou ac,:ommo– da-los, por·em no conflicto recebeo huma facada, de que morreo poucos dias depois. Foraõ os ma– rinheiros presos, e como naõ era possível conhe– cer o assassino, porque todos tres negavaõ ha– ver ferido o taberneiro, o general W alkenburg, governador hollandez dos fortes e feitorias d' Africa, os mandou prevenir que se preparassem para a morte, accrescentando por~~, qu~ ~01110

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