Treze de maio - 1846

(2] N aõ be e5:pecialmente na phntaçaõ, que te– mos <l, ti:-itos a notar; feljzrnente taõ ferteis s~õ os tl'rreno:,; da Prnviucia , e mesmo taõ p oprios pol' ~ua fiescura para a planta<;aô dos cafeze iros, q ne to.los elles se tfaõ bem, havendo a penas cui– darlo de os pl.-1ntar separadamente, dando uma brar;a em q11a ,Jru a Ci1lÍa u,n - de os decotar para que naõ cresçaõ exr·essivamente, o que he até euco :nmouo para aapanhaçaõ - e de os limpar, e cavar em roda duas vezes por anno. Sobre o qmi porem he precizo maior cui la •lo he no apanhar, e secar das sementes. Na Ara– bia se colhem as fructas bem . madu ras, e roxas, e uzaõ sacudir as arvores para sil cahfrem as bem maduras, que aj,rntaõ em e1Steira~, ou pan- ' nos estendidos. O costwue de apanhar a eito m aduras, e verdes dev.e cont ribuir muito para a ínfel'ioridade do café, e de todo o estraga o uzo de -o dt'ixarem apo,!ier:.er na ca·sca. Fru ta taõ mim JZa preciza para com:ervar todo o seu .flfO• ma, e faze r bebida delicioza, que a colhaõ bem madura, immediatamente despolpern , e lavada, a sequem livre do contacto da terra, e de qual– quer máo cheiro: Na Província ha até luga– res em que se julp;a que ·o melhor café, propr iu p,1r·a prezentes, he o secco na casca, rrn 1 1 se te:ido rt'fL,xiuna,li, ane antes de ·dwo·ar 1 " a comp! Pt;imt>n te secco azéda, e fermenta a mu- <:iLgem. ou t t1mo conti LJ entre a l.ª, e 2.ª cas– 'ca, e J,mm fica a snnente. Nas grandes fazendas do Rio de janeiro se e.n!pl't:'.:;,J, m<1 quin,ts de despolpar e tendo al– gun"l lavradotl" ~ adopta·IQ o uzo das estufa,; .ás ·ahJi1rbnarar1 pela dificuldade de ~raduar ,o calor e de iwpedir, q11e o váp6r condensndo no tecto c ::iia tL u:wo· em a~oa sobre o café já secco; e hoje ,,ão admittin,J1y os taboleiros de madeira, fona rlos dt: zinco ( invento do Conselheiro Pau– lo Barooza ) os qqaes aquecidos a Ulgo St>l'ão o café com muita .facilidade, e o conservão em sua pureza. Quando_be ..m -maduro e em peque– nas quantilb-!Hs he facil clespôlpa-lo e o lavar --.r-n1ãJ;ê secar ao sol, e ficará tão bom qne 1Ta– iha 2, e 3$ a arroba mais que o mal p reparado. Ü<:!vemos pois espernr, qtfe tendo subido o pr.t::i;o do cate, e estando de 5 a 6~ 1-éi<; por ar – ,roh::i, reconheção os lanadores da Pl'ovincia "qnanto interesse lhes póJe provir da cultura de~te genern, e qne preparando-o como dize– mos ,não tenha mais dle de soft"er gran-Ie bai– xa, nem de ser pr'"f,.:!ddo pelo que vem <la~ ou– tras Provi :1cia-. .iu Imperio. Aos habitantes do Destdcto da Vigia pedimos especia lmente, que nã'J dezaproveitem a rec,)nhecida propriedade de seu terreno. E~tãq UPste ponto, como em quazi todos, unidos no-.sos i,,teres.;e..i, o de cul– tivare1n hom, e valio~o café un--, que assim o venderá 1 1 a melhoi· preço, f' de o obtermos de boa qualiJaJe nos outros, que ao laclo da& van.;: tagfns da Provinria tambem contamos a de to– marmos bom café em luga r do arruinado, e~ quazi podre, que se nos vende no mercado. S. F". NOTICL1S DIVERSAS. O PRINCIPE TALERANDE NO LEITO DA MORTE: O Jlmi de la Religion ( jornal religioso ) publi-· cou a 9 do passaJo (outubro) os segµintes doeu• mentos, cuja authentiçidade afiança, e accrescen• ta, " que podem·ser cotejados com os originaes, que se achaõ depositados nos archivos da livraria do arcebispo de Pariz, ou com as copias envia• das a Roma, e que levaraõ toda a garantia le– g al de serem authenticas ,, : - · '' Mais qne nunca induzido por graves con– sirleraçôts, e contemplando desapaixonadamente as consequencias de uma revoluçaõ, que levou tudo de rojo com~igo, e durou p0r espaço de 50 annos, cheguei no periudo de avP.nçada ida– de, e ( depois de taô longa ex perienria ) a re– provar os eXi:fSsos da época, a que pertenci,. e a condemna1· os g,·aves erros, que rn-st· l0nga serie de annos teem perturbado e affi igido a i~rcja catholica apost-0líca 1·omana, dos ~uaes er• ros tive a desgraç.a de participar. " Se aprouver ao presado an,igo da minha fa. mi!ia. S. Ex.ª o Sr. arcebispo J e Pariz, que se dignou de ir.formar-me · do's bene,,olos sentimen• tos do sobem no pontífice pai a com migo, asse– gurar ao Santo Padre, como desejo, a homena• gem da miuha re~peitrn•a gratidaõ, assim corno da mi ,, ha inteira submissaõ á doutrina e disci– ·p!ina da igreja, ás decisões e ao juizo da santa sé sobre as matt>l'ias eccle~iasti cas em Franya, atrevo-me a ei:perar que S. Santidade os rece• be1 á com benignidade. " Dispensado, n'um periodo mais recente pe– lo veneravd Pio 7.D do ext·r,·icio das funcç.f.es ec– clesiasticas, ter;ho prrcurado na millha lonf!a car– reira política toda a cccasiaõ <le prestar á rt-li– giaõ e aos muitos h onrados e di ~tinctos mtm– bros do clero cathdico t11d0s os snviços, que estavaõ ao meu alcance. Nt>nt um só momento deixei de con;-;iderar-me filto da ignj1. De norn deploro aquelles actos <la ninha vida, que a ag:gra\.·áraõ, e os HH:'US ultimos votos serão por ella e peio seu chefe supremo. Calos .l'r1auricio, principe de Tallerand. " AssigPada em Pariz aos 17 dt' março de 1638• . ~' Escripta a 10 de março de l 8S8. ( Tem co11tini,oçaõ.) .

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