Treze de maio - 1845

(2) da ·populaçaõ desta Capital, com aquella exa– ctidaõ, e asseio, que a salubridade publica exi– ge, visto que o a.::tual naõ tem para isso pro– porções, e a consequente impossibilidade de me– lhoramento o torna nocivo á mesma salubrida– de publica. Hum plano par~ isto existe, o qual foi approvado, e remettido á Camara Munici– pal, para pol-o em execuçaõ com brevidade em todas as suas partes, autorisando-a a des– pender cõm este objecto, no corrente anno Muni– cipal, até a quãr.tia de trinta e cinco contos de réis. Proj~tando a Camara Municipal dar hu– ma fórma regular ao Campo de S. Christovaõ, divi( indo-~ em duas Praças, huma dellas orna– da de hum elegante chafariz, a outra de hum 1 grande lago construido de cantaria, alimentado pelas sobras das · agoas do mesmo chafariz, e servindo de centro a diversas ruas de aívore– do, foi el!a authorisada para fazer a divisaõ do terreno, e a demarcaçaõ das Praças; reservan– do-se para occasiaõ opportuna a autorisaçaõ das despezas com as obras, a qual só á vis– ta da Planta, e do Orçamento dellas terá lu • gar. No antf:~edente Relatorio se disse que o chafariz começado na Praça immediata ao ca– es hoje denominado da Imperatriz seria con– cluído de maneira que recorde á posterirlade ser aquelle o terreno, em que primeiro pizou a Au.e;usta Esposa de Sua Nlagestade o Impe– rador. Pertendeo o Governo que a e1,t}1tua da Beneficencia, que tem de rematar aquella cons– trucçaõ, fosse de marmore nosso; mas as diligencias, que por elle se fizeraõ, naõ úbtiveraõ o resul– tado desejado, e tornou-se indispensavel man– dai-o vir da Italia. Cuida-se em p ·eparar os outros materiaes; e convindo dar á Praça huma fórnia regular, e revestil-a de edificios, que correspondaõ á elegancia do chafariz, foi ap– provada a Planta, e o Desenho, que a hnm, e outro respeito propoz a Academia das Bd– las Artes, e remettido turlo á Camara L\'luni– cipal, para se executar o que está delinearia. A construcçaõ do caminho, que na rlirec~ çaõ dé huma recta tirada do interior do Paço de S. Christovaõ deve communicar a Rua do Im– perador, naquelle sitio, com a da U niaõ, no Saco do A]fp,r·es, naõ tem tido por ora · an– damento: entretanto, para se 1::vitarem ma– iores embaraços, foi ultimamente ordP.na<lo á Camara .Municipal que suspendesse a con– cessaõ de .licenças para a construcçaõ <le pre– dios em terrenos, que possaõ vir a ser neces– sarios para o caminho, de que se trata, ou es– te siga a direcçaõ indicada, ou outra, que tam bem está comprehendida no projecto, e pouco se desvia della. Passando a tratar das Obrns Publicas Ge– raes, cumpre-me participar-vos que <t Gove~: no tem prestado os -meios necessarios · para sê concluir com a desejada brevidade a recons• trucçaõ da Ponte do Parahibuna. Disse no antecedente Relatorio que o Go•"· verno tinha consignado fundos sufficientes pa– ra fazer progredir a obra da neva estrada en• tre a Provincia de S. Paulo, e a de Mato Gros– so. Em consequencia daquella providencia foi parte daquella obra, comprehendida entre a Vil– -la da Constituiçaõ na primeira das mencionadas Provincias, e o barranco do Paraná na segun– da, arrematada, e devia ter ficado concluida no ultimo de Novembro passado, se naõ occor– ressem circumstancias, que . a isso obstáraõ, e em consequencia das quaes os arrematantes pe– diraõ, p-rorogaçaõ do prazo; ao que o Gover– no ainda naõ annuio, esperando por informa– ções do Presidente da Provincia. Quanto á parte desta estrada na Provincia de Mato Gros– so, espera o Governo tambem informações do Presidente desta ultima Província. Tem-se trabalhado, na Província do Espi• rito Santo, na abertura de huma estrada, que a deve communicar com a de Minas Geraes. Setenta Indios, incluindo-se mulheres, e cri– anças, se occupaõ na mencionada estrada, já povoada por vinte familias, algumas das qua– es possuem escravos. Á medida que a estrada vai avançando, manda o Engenheiro incumbi– do da sua abertura plantar algumas roças, com o que mais facilmente se attrahirá maior nu~ mero de Indios, proporcionando-se ao mesmo terupo rt~cursos aos viaJantes, sem os quaes a estrada se tornaria dP~erta. e ficaria abandona– da. Modica he a despeza. que até agora se tem feito, supprida pelos Cofres Provinciaes; enti e– tanto a e~t,.::ida se acha limpa, e transitavel até \'ia 1 rna, e já huma tropa de mais de sesSF.nta arirnaes por ella desceo, e voltou com feliz s• .,.ci:~so. O bom resultado do commercio feito cc ,, -~ !;!"i>nno-i, ·que essa tropa conduzio, naõ ct,,i>:a;á de anitr"r a outras pessoas. O Gover- . no Impf'1 ial está á espera da Planta, e do Or– ~·amento df•sta estrada, para lhe prestar o con– veniente auxilio, resolvido a fazel-o ainda mes– mo na falta desses esclarecin1entos, se a ne– cessidade for urgente, para que naõ fiquem par::ilysados os trabalhos, e se naõ percaõ os que já existem feitos. A Planta está pronta desde Minas até Barcellos: o máo tempo obs- tou á continuaçaõ deste trabalho. . Tenho concluído, Augustos e Dignissimôi Senhores, a minha exposiçaõ: espero que a re– cebues com a indulgencia, de que os seus de- feitos possaõ necessitar. , Palacio do Rio de Janeiro em de Ja~ neiro de 1845. José Carlos Pereira de ..ilmeicla ~orres~

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