Treze de maio - 1845

QÜATA-FEIRA i~•º TRIMESTRE I ;;• T PARA' NA TYPOGRAPHIA DE SANTOS & MEKORES, RUA D'ALFAMA N.15. -1845. Sr Nitt:W'l?l:W&ri@ 4 dt Wt&M?M9t sttti1ffl,C #i@Si&f MW#ti"F!stm:beiiiUl&R&R ã p ARTE RELIGIOSA. Domingo de Ramos, e Semana Santa. O domingo, que começa a semana sancta, e que he o ultimo da quaresma, se chama Domin– go de Palmas, ou de Rarr.os p or que os fieis des– de os primeiros seculos da Igrej a costumavaõ, como ate hoje fazem levar neste <l ia emprocissaõ, e durante o officio divino palmas, e>u ramos d' arvores em memoria da entJ·ada triumphante de Jesus (;hristo em Jerusalem oito dias antes da Paschoa. A historia nos diz, que sabendo o po– vo, que o Senhor se approximava d'aquella ci– dade sahio em grande multidaõ fóra ao seo en– contro, e que alguns 'estendiaõ no chaõ os seos vestidos sob os seos passos, outros cobriaõ o ca– minho com. ramos de palmeira, e d'ou tras ar– vores; e assim o foraõ acompanhando até e ntrar no templo, rompendo a multidaõ ali, e por to– do o caminho ern e/fusões de jubilo, e respei to– so applauso, e exclamando: - Prosperida<le ao .Filho de David: bem dito seja aquelle que vem em nome do Senhor - expressões, q ue si~nifi– caõ a confissaõ, que este povo fazia de ser Jesus Christo o verdadeiro Messias. • Hoje que conhecemos suficientement e o es– pirito da Re1igiaõ, que o Filho do Homem veio plantar entre nós: hoje que por felicidade nossa estamos illumi nados pela revel~çaõ a respeito daquellas verdades sublimes, q ue naõ poder ía– mos jámais sem o seo soccorro attingir, e pene– trar; cumpre-nos lançar hüa palavra de carida– de no m6io deste mundo. e noticiar aos crentes do Crucificado o anniver:sario magnifico do pa– decimento d'aquelle, que só nos pode libertar do jugo aviltante do captiveiro da culpa. Abrie: se neste tempo para nos esta epocha tão memora– vel taõ digr1a de ser solemnisada com a maior relio-iosidade e veneraçaõ pelos filhos da redem- ::, l . pçaõ; e esta epocha, que 10Je se nos presenta, pomposa, e interessante, chama com todas as for- . ças para os recintos dos templos do Deos Vivo as multidões, que ainda conservaõ a crença no fun– do de seos peitos. Hum acontecimento pasmoso e que tinha de reformar ? mundo com. o pode– roso influxo de uma doutrma santa, cheia de su– blimidade, e de amor teve lugar durante o tem– po que hoje volve, sobre areias do Solyma. Ap– pa~eceo nessa cpocha notavel hum homem di .. vino. Sua sciencia era a expressaõ de sua gran– deza e a sua ·g1·andeza, era divina, e por isso j usta e auxiliadora. Appareceo: naõ veio plan– tai· ~o mundo a humana philosophia, nem nos animos a impiedade: elevado, mas nunca al– tivo, paciente sem ressentimento, victima no berço da innocencia, réo sem culpa? atravessa os campos, os montes, prega a doctrma da ver– dade, a qual igualando os homens; e uni~do-os em sociedade só ella he capaz de produzir en– tre elles a felicidade. Pobre, humilhado, mas nunca queixm,o, e sentido desse estado, em que se via, naõ troca as suas palavras a preço ?e algum intere_sse, _pois que dava_, _e naõ recebi~, e suas obras Jamais se desmentiao do que ensi– nava, antes pelo contrario, dava.º _exemplo _pa– ra q ue se acreàitasse no que dizia. Publica– mente dou trinava as turbas, e lhes propunha em linguagem adaptada os dictames, e rrecei.tos, d~ mais pura moral - Quem me acreditar, tera a vida para sempre, por que eu sou a verdade– Era a sua linguaguem, a sua doutrina, o seo fim na terra o dar exemplo, e salvar a hum.lnidade. Se me quizerem seguir, deixem o mundo, abra– cem a minha cruz, o meo jugo suave, que lhetf eu darei o prem~o:

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