Treze de maio - 1845
QUARTA-FEIRA ~~-º TRIMESTRE § PARA' NA TYPOGRAPHIA DE SANTOS & MENORES, RUA D'ALFAMA N. 15. -1845. íRõ#EiWEMr:f:lii"CMXFmtr - ttrGtii í'PPRWi! -W+si ri I M MS& . S)J ~Am~~~ flicto com a perda certa do desgraçado entre– gue a sua guarda suspira profundamente. " Eu PARTE RELIGIOZA~ t'o abandono diz elle a seu amigo celeste, eu t'o abandono, A baddon, anjo da morte! Quiz Messiada. ve-lo hüa ultima vez porque o amava .. : amo-o ainda! ... todavia eu t'o abandono: O Eterno ( Traiçaõ de Judas. ) assim o exige. Cumpri seos immutaveis decretos, terrível agente de sua colera. EUe te chama Judas ouvio pronunciar a sentença de morte quando castiga: rneo dever he bem dizer, prote– àe seo Mestre, vio-o ser arrastado ao supplicio: ger; findou ahi, onde começa o teo. ' 1 O anjo não forão porem os remorsos, o arrependimento hhuriel foge cobrindo seo semblante; Abaddon e sim a desesperaçaõ quem levou a seo coraçaõ fixa suas sombrias e penetrantes vistas sobre Is– o furor do crime: elle dirige para o templo seos cariotes, e lhe dirige estas terriveis palavras: tremulas passos, e caminhando debaixo d'aquel- "O sangue que vas derramar tombe sobre tua las silenciosas abobedas, seo semblante se torna cabeça! homem de pó, tu vas extinguir tua luz! livido, seos dentes batem, seo corpo treme. Em a morte, a viJa estavaõ diante de tí, tlJl escolhes– vaõ seo pensamento procura huma oraçaõ: sua te! Risonha luz, extingue-te! Chegai terrores alma está cerrada a esta doce consolaçaõ. Lan- dos agonisantes: abre-te frio turnulo ! Destrui– çaudu com impeto aos pés dos Sacerdotes o ou- çaõ, recebe o suiciJa ! .. ,, ro, que recebeo por preço do sangue de Jesus, Juda~ ouve a voz do immortal, e em seo di– foge ~spantado: seo frenesi o leva ao mesmo lirio pensa ouvir os sons do Messias morrendo lugar, em que o principe das trevas o desenca- sobre a Cruz. " Tu pedes meo sangue, toma-o, minhou por hum pertido sonho. Ahi pára, e ei-lo aqui. ,, Disse, e com hum olhar fixo, os exclama: " Morro! tuas agonias acabaráõ com a cabellos herissados, o peito palpitante, os beiços vida .... Mas o Deos de Moisés disse - N aõ ma- curvados com hum surriso sardonico, suas tarás - Ah! que me importa o Deos de Moisés ! maõs despedaçaõ as deshumanas entranhas, que naõ o conheço mais! .... a desesperaçaõ, eis aqui ficarão insensíveis quando trahio seo amigo, seo o Deos do traidor, elle me manda que morra! . . mestre, seo Deos ! O anjo da morte recua pos– lVIorro pois, miseravel ! .. Tu tremes!. . O amor suido de horror. o coraçaõ de Judas se despe– da vida se disperta em ti! .. queres viver quan- daça, cessa de bater, e !IUa alma abalada se agar– do hum tumulo cavado por tuas proprias maõs ra mais fortemente ao corpo, que lhe servia de te cerca de toàas as partes! ... E tú alma de lo- morada. Com hum gesto Abaddon ordena-lhe do, que falas em mim, como se fosses eterna, que abandone a cabeça do moribundo: o princi– naõ esperes para perpetuar meos soffrimentos, pio da vida se separa logo do caJaver, e torna– e minha puniçaõ, viver depois de minha morte ! . . se hum ser ligeiro, fraco, imperfeito. Tem a Tú acabarás com este corpo, de quem foste es- faculdade de pensar, de sentir, mas naõ he ac– crava . •.• Hum derradeiro crime te entregue ao cessivel senaõ a dôr. nada! .. ,, Dous habitantes do Céo seguem a Quem sou eu! diz elle, Judas acaba de mor– ,!~das, e o observaõ em silencio, hum deUes af: ~er, e Judas vive de novo! Está ainda allí a
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