Treze de maio - 1845
teresse, naõ desejo, nem o Jogar ae par que ti– -riha .meu pae, nem minha posiçaõ pessoal na côrte; si faço votos pela volta de Henrique V, é pf'la honra dos princi pios, é pelo respeito ao di– reito, é por amor ao paiz. -Naõ tenho nada que esperar pessoalmente, dirá o radical, do triumpho das idéas republica– nas; si o desejo é por interesse da liberdade que ellas favorecem, é para o bem da França e para o futuro do mundo; quanto a mim, estou conten– te; naõ pretendo honras publicas. -~i applaudo c,s triumphos de M. Guizot, ex– clama o conservador, naô é por g;ratidaõ de al– g uns obsequias pequenos que elle tem feito a nos– safamilia e ao nosso districto, é porque este es– tadista cada vez mais firma a ordem e a paz; porque é o homem de sua época, de seu paiz e de seu rei; a admiraçaõ que lhe \'oto prende– se ao meu amor pelo bem geral, parecendo-me que elle o comprehende e serve me 1 hor que ne- nhum outro. · Há sem duvida legitimistas, republicanos e con– servadores que fallaõ assim de boa fé, que tem direito de serem cridos, quando attes.taõ seu de– sinteresse e cujas opiniões políticas se explicaõ somente pelo patriotismo; mas e,sses homens saõ raros, e é do grande numero que se trai.a, por quanto indivíduos isolados naõ podem fundar nem manter um governo novo. E' verdade que nada esperaes de Henrique V; mas terá a vossa mo<leraçaô toda a nobreza an– t iga ? Entre os pios peregrinos de Bel grave_ R1uare naõ haverá alguns que mudariaõ, em tempo, em ambiciosos cortesãos ? A parte do clero que perJ€U Carlos X terá hoje menos ce– gueira, menos p1·etenções temporaes? Não vos atreveríeis a affirmal-o. Vós, republicann de Sparta ou de Roma, soís capaz de dizer, como Pedacete, depois de um revez eleitoral: " Felicito-me por haver em meu paiz um cidadaõ melhor do que eu ;,, ou, como Cincinato, sois capaz de preferir a charrua ás insígnias consulares. Isso porem naõ é commum, e será duvidoso que, no vulgo de vossos amigos politicos, os votos pela republica não sejão votos de ambição e cobiça? Não sabeis o que resultaria para o paiz da applicação de vossa theoria; procu– raes a meta que está envolvida em sombras.. Não rliremos ao conservador que elle ignora quaes serão os effeitos do systema seguido por M. Guizot, e julga dever preconisar sem pen– samento occulto de interesse pessoal; porque a experiencia d'este systema está feita, e o que el– le produz é intriga, · corrupção, vergonha. ~ isto é tão verdadeiro que se póJe desafiar os ministros, que vivem d'elle, a que o sugeitem a a-pprovaç·ão dos collegios eleitoraes sem pre– caucão rlesleal. Ternos direito de dizer ao con– tem'poraneo honrado, que se sua~ opiniões poli– ti_cas são estereis e improductivas ,para elle) ha entretanto correlfa:ionarios seus cujas convicções e boa vontade são sustentadas pelos beneficios ministeriaes. A este respeito temos confissões a que se devt'. dar todo o credito. Dizer os pe– rigos e desgraças que andão ligadas á conserva– ção e duração de um tal estado de cousas, é im– possivel: mas pode-se temer ao menos que d'ahi saia uma revolução; é o que mais receiaõ os parti- . distas do systema ministerial, que o defendem como penhor de tranquilidade. Ha em todos os partidos homens honrados, e por traz d'el!es se escondem os que o não são; ha em cada theoria um lado seductor que se mos– tra com aparato, mas ha igualwente um lado repulsivo que só a experiencia revela. Eis porque a opposi~·ão parlamentar toma tan– to a peito circunscrever-se na constituição que uns julgão insufficiente, e outros observão tão mal; eis porque, em uma palavra, não somos nem ministeriaes, nem radicaes. ETIQUETA DA CÔRTE DE INGLATERRA. A côrte de Ingtaterra se distingue ainda hoje pela severidade t:xtraordinaria na etiqueta, e um tory inglez, o coronel Camei-oso tratando d'este tibjecto, faz sobresahir com agudeza do seu en– genho o contraste que apresenta á sua vista a maneira de viver da rainha de Inglaterra, e a do ,monarcha mais absoluto da Europa, o impera– dor da Russia. Nos seculos 16. 0 e 17. 0 , o cere– monial na Inglaterra era tão rigoroso que toca– va no rediculo. Quando os inmu1s do I ei Edu– ardo 6 ° comiaõ com e.lle, deviaõ sentar-se a uma distancia tal que nem a sombra tocasse em seu real irmaõ. O rei Jacob 2. 0 teve de crear cavallei ro a seu irmaõ o principe de Galles, pa– ra que podesse sentar-se com elle á meza. .No grande banyuete que Carlos 2 . 0 <leu a sua côr– te, fazendo notar com satisfaçaõ ao cnnde de Gramont, que havía poucos soberanos na Eu– ropa a quem os seus cortezãos servissem de joe– ]ho's, elle Jhe respondeu: - "AgrBdeço a V. M. a explicaçaõ que me faz, porque eu estava per– suadido de que estes cortezãos vos pediaõ per– daõ de vos ter servido taô máo jantar.,, Cartas de Trebiscnda de G de agosto annun– ciaõ que Tiílis foi presa das chamas, sem po– rem irn icarem a data do incendio. ~egun<lo as mesmas cartas. o Cardistaõ está em revolta com– pleta. A bde Beyr havia marchado para Kari á frente de 20,000 homens, e as tropas do su]taõ em Tschilder e Toprack-Kaleh, recusavaõ fa– zer o serviço em quanto lhes não pagassem os soldos atrasados. GRECJA. Diz um correspondente de A thenas que ten~ do apparecido na visinhança de Eubrea trez lan•
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