Treze de maio - 1845

chaõ te cauza admiraçaõ. Tú ficarías mais admi– rado se podesses distinguir os grandes pedaços de ouro encerrados no seio destas verdejantes montanhas! E sta fonte inexhaurivel de rique·– zas he a parte de Joaõ, o discipulo amado do Messias. Aquellas collinas carregadas de pur– pureos cachos, aquelles c.:ampos cobertos de sea– ras, que o mais leve sopro faz on1ear como as ondas do Occeano saõ a herança de Simaõ Pe– dro. Demora tua vista sobre aquella vasta ex– tensaõ de paize~. Que numerosa populaçaõ se agita n'aqueHas brilhantes cidades, dignas irmaãs da real Jerusalem ! Os cem braços de hum novo Jordaõ banhaõ seos terraplenos, e suas pacificas ondas lhe trazem sem obstaculos, e sem peri-. gos os thesouros immensos, que o universo of– ferece em tributo. Allí he que o Messias esco– lhera os reinos, que destina a seos <liscipulos. Exall}ina agora aquella longínqua regiaõ: he sel– vatica, deserta, inculta. Longas noites, frios ventos cobrem continuamente o chaõ pedrego– so, que nutre apenas hüa languida e sombria ve– getaçaõ: hüa noite eterna àorme nas quebradas, os passaras nocturnos gemem nas cavidades , das arvores, dos rochedos que os raios tem fe– rido; he essa, Judas, a partilha, que te toca. Tú estremeces de colera, de raiva . . . Pois bem ! anima-te a seres o artista de tua fortuna, de tua grandeza ! ,Os Ch fes de Israel odeaõ o novo rei, que se obstina por muito tempo a se con– servar pobre, e .- despresado ! projetaõ sua mor– te .... Fingí que tú favoreces seos intentos: en– trega-lhes o Messias: naõ temas que elles o sa– crifiquem: naõ he elle o filho do Eterno J ! For– ça-o a se mostrar em fim em todo seo poder pe– lo aniquilamento de seos inimigos, pela funda– çaõ desse imperio florecente, de que elle sem cessar vos falia. Entaõ tú serás o discípulo de hum Mestre temido. Elle te dará em fim a parte, que te destina. Ainda que miseravel tú sejas; a força de trabalho, e de industria pode– rás prosperar; porque o ouro dos inimigos de Jesus te enriquecPrá muito, e cedo ou tarde teo •reino excederá em brilho, em explendor ao de teos rivaes: naõ despreses este comelho pater– nal: naõ me obrigues a tornar ao meio dos mor– tos com o coraçaõ penetrado de dôr, naõ me condemnes a chorar eternamente a vergonha, e o opprobrio de hum filho! Disperta, vai, e fa– ze o que teo pai te ordena. ( Continuar-se-há. ) O Catholico. ----- NOTICIAS DIVERSAS. Lê-se na Presse de S de Dezembro p. p. o se- guinte: - . O Sr. Visconde d' Abrantes, Ministro Pleni- potenciario do Brasil, partio ante-hontem de Londres para o Continente. Vai a Berlim nego– ciar com o Governo Prussiano o tratado de Com– mercio, de que os jornaes Inglezes e Allemães tanto se teern occupado n'estes ultimas tempos. --SS. AA. RR. o Principe de Joinville, o Duque e a Duqueza d' Aumale er-ão officia.lmen– te esperados em .Marseille, onde já se prepara– vaõ festas para a sua recepçaõ. --Realisou..:..se a 25 de novembro em Napoles com a maior pompa e na capella Real o casa– mento do Sr. Duque d' Aumale com sua pri– ma, a Princeza Maria Carolina de Sa!erno, fi– lha do Príncipe de Salerno, tio de S. M. o Rei de N apoies, e irmaõ de S. lVI. a Rainha dos Francezes. --Os jornaes de Lisboa, que chegaõ á data de 7 de Dezembro proximo passado. • Na Camara dos. Pares, em sessaõ de 26 de Novembro foi apresentado e approvado o pare– cer d'uma commissaõ especial, deferindo a re– presentaçaõ do Conde d' Conde dos Arcos, D. Manoel, que reclamava o direito hereditario de tomar assento na mesma Camara, como filho le– gitirr.o e primogenito do Conde dos Arcos, D. Marcos; o que se verificou na sessaõ 90 dia 29. N'este mesmo dia se tratou n'aquella Camara da renuncia do Sr. Joaõ José de Vaz Preto Gi– raldes ao pariato por motivos que naõ quiz de– clarar, a qual renuncia, tendo ido a uma commis– saõ especial nomeada ad hoc, por ser caso no– vo, foi esta de parecer que ficasse archivadas, a sua participaçaõ e a Carta Regia de nomeaçaõ de Par, até que se discutisse e sanccionasse uma lei que marcasse as attribuições da Camara a , tal respeito. Na sessaõ de 27, na Camara dos Deputados, propôz o Sr. Castello-Branco, que ella resol– vesse, se a actual legislatura devia acabar n'es– te anno de 18-15, ou no proximo futuro de 1846; visto que a sessaõ do anno da restauraçaõ da Carta, que começou no meado de 1842, se po– dia considerar como extraorài naria: esta proposta foi tambem a uma cornmissaõ especial. Publicou-se com data de 21 de Novembro uma carta de lei que eleva o imposto qu6 se paga por cadá pipa de vinho verde como subsidio litterario, de 120 réis a 315; e estabelece novos impostos de tres réis por arratel sobre as car– nes verdes, e de 20 réis por alqueire de sal. Na sessaõ de 29, apresento o Ministro do Reino na Camara dos DepLtaJos duas propo:o,tas de lei, uma para a creaçaõ de caixas eco:10mi– cas e outra para o estabelecimento d'um Banco rural do Terreiro Publico. Em seguida pedio o mesmo Ministro que aquella Camara se for~ masse em sessão secreta; a qual deo em resul– tado a autorisaçaõ concedida ao governo para dar o seu beneplacito a um .Brere Pontificio,

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