Treze de maio - 1845
(S) -A Inspecçaõ do Arsenal de Marinha pre– cis·a comprar para fornecimento do seo Almo– xarifado no proximo futuro mez de Novem– bro os generos seguíntes. ~ Arroz pilado,· Azei– te dqce, e <le audiroba, Farinha de mandioca, Pirarucú, Feijaõ, Sal, Assucar, Agoar<lente, Caffé, Toucinho, portugoez, Paõ, Bolaxa, Sper– macet, Sebo em vellas, Sola, Tintas prepara– das, branca, preta, e verde, Vinagre, Cabo de linho, Brim, Alcatraõ, Pixe, Polvora, e Linha alcatroada. As pessoas que se proposerem ven– der os ditos objectos sirvaõ-se comparecer na Secretaria da mesma lnspecçaõ no dia 27 do corrente as horas do costume para em con– curso e avista das amostras se effectuar a ar– remataçaõ. lnspecçaõ do Arsenal de .Marinha do Pctrá 22 de Outubro de 1845. O Secretario. Antonio Dias Ferreira Portugal. -----:Na Caza do abaixo assignado continuaõ a pagar-se em Sedulas geraes os Valles da tro– co, sacados contra a Caixa de Deposito a car• go do mesmo, qualquer que seja o estado del– les. Pará 22 de Outubro de 1845. Vicente Ruiz. --Monoel Thomé Fialho de Albuquerque, Professor de 1. as Letras da Villa de Maués declara que constitue por seu procurador a Miguel José Raio, negociante desta praça, e que só elle tem o direito Je receber do The– souro Publico Provincial, os vencimentos que por Lei lhe saõ marcados na qualidade do em– prego de pr·ofessor de 1. as Letras da dita Vil– la. Pará 22 de Outubro de 1845. --Souza & Bentes, com lnja no· canto do lar– go das Mercês , Rua dos Mercadores compraõ baunilha, sendo de superior qualidade e bem beneficiada athé dois mil réis a libra. -Os mesmos continuãQ a vender azeitonas a 800 réis cada ancoreta. -C. A. Carvalló, )lestre de dança, faz pu– blico que já principiou a matricula da Aula de dança, quem se quizer matricular, dirija– se a dita Aula na Rua Formoza (vulgo da Pai– :xã-o) n. 0 48. Tambem dá lições do dito ensino por casas particulares. --A D. Ignez Lira, moradora na rua Formo– za (vulgo da Paixão) caza contigua_ á pada– ria de Serafim M. de Castrn, lhe desapareceu na noite do dia 21 deste presente mez hum par de castiçaes lavrados com o pezo de huma e meia libra: quem der a dita Sr.ª, noticia on– de os ditos Catiçaes parão, dando os signaes certos, ou os apresentar receberá boas alvh 1 '.aras. --Vende-se hum bom Cavallo cie carr0: atra– tar com Fortunato Alves de Souza. --Na Loja de Çapatos de Henriques & Go– mes, na Travel!>sa da .Mizericordia tem para vender Bezerros de polimento ultimamente che– gados de .França, e tambem vende calçado de todas as qualidades tanto para Homem como para Senhoras, a retalho, e em porções tudo por preços commodos. -Quem ti\'er e quizer vender uma Preta de idade de 20 a 80 annos que saiba lav;;ir, e emgomar, dirija-se a esta Typographia que se lhe dirá quem a compra. --Manoel Luiz de Gouvêa, pertende reti– rar-se brevemente para a Europa; o que faz publico em cumprimento da lei. Pará ·24 de OutuLro de 1845. --Com o presente n. 0 550 finda o 22. 0 Tri– mestre do Periodico 13 de Maio, e com se– guinte n. 0 55 l daremos começo ao 28. 0 Tri– mestre que esperamos será bem aceito por quan– to nôs exforçaremos por melhorar-lo, sem que nos desdigamos do que afiançamos em seu prospe~~ to. Santos. VARIEDADE. O bom conselho recompensado. Hum certo Kan da Tartaria, tendo ido vi; ajar aos seus estados, com parte da sua corte, encontrou um pobre, que a penas o tinha vis– to, havia começado a gritar "Se alguem me ,, quer fazer o presente de cem peças de ouro/ ,, eu me obrigo a dar-lhe um bom canselho. " O Kan immediatamente lhe mandou contar es– " ta somma, e o pobre com gravidade diz-Naõ ,, comeces cousa alguma sem que tenhas con– " siderado bem o seu fim. " Esta sentença pa– receo muito simples aos cortez.ãos, que se po– zeraõ a rir com desdem e disseraõ "este bom ,, pobre ficou bem pago pela sua maxima." Mas o Kan se foi taõ satisfeito com ella, que deo ordem para que fosse escripta com letras de ouro em muitos ugares do seu palacio, e gra– vada principalmente sobre toda a sua baixella. Pouco tempo depois aconteceo ter sido compra– do o cirurgiaõ do principe, para o matar com uma lanceta envenenada, quandv fosse chama– do para o sangrar. Chegou esta occasiaõ, e no momento 'em que o rei estava já com o braço ligado, e o círurl!iaõ com a fatal lanceta na maõ, este reparou nas palavras, que. vio grava– das sobre, a bacia. ,, Naõ comeces cousa algumaJ ,, sem que tenhas considerado bem o seu fim. " De tal sorte fica tocado por ellas, que deixa cahir ~ lanceta. O rei, percebe a sua confusaõ, e procura saber o motivo O cirurgiaõ se lan– ça a seus pés, confessa-lhe o seu crime~ de ·que obtem perdaõ, e os conspiradores foraõ pu– nidos de morte. Entaõ o rei, voltando-se pa– ra aque1le5 da sua côrte, que tinhaõ despresa• do a maxima do pobre. " Vêde, l~es diz, se ,, se _deve fazer pouco caso d' um conselho que ,, foi capaz de salvar a vida d'um rei? ,, ( Do .Museu Pittoresco.)
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