Treze de maio - 1845
(2) menos, e na hori destinada para a leitura dos requeririientos, redu'lindo a escripto os artigos da interpellaçaõ e mandando-os á mesa para se– rem lirks pelo l. 0 secretario. " 2. ª Se estiver presente o ministro, ser-lhe– haó lngo communicados os artigos, ficando-lhe a li berdade de dar a resposta immediatamente, 011 de reservai-a para o dia e hora que o presi– dente designar. " S • E;tando ausente o ministro ser-lhe-haõ t ransmittidos por copia os artigos da interpella– çaõ, com officio do l.º secretario, em que se declare o dia e hora que o presidente houver designado para que ella se faça. Se o ministro declarar que naõ póde ou ha inconveniente em res ponder as interpellações, naõ se admitt.irá dis– cussaõ nem se dará seguimento a ellas. · •' 4.ª O debate será igual ao dos requerimen– tos ,, O Síir. presidente marcou o dia de amanhãa ao meio dia para ter lugar a interpellaçaõ tio Sfir. Rodrigues dos Santos sobre os negocios do Rio– da-Prata. -S. M. O l mperador foi hontem 2:3 de agosto de manhãa ao ar;.enal de marinha para pregar o primeiro prego na caverna mestra da corveta q ue se acha no estaleiro. E ste novo vaso de guerra deve levar Q4 pe– ças de calibre 32. -Na tarcJe de 29 de julho proximo passado, um c.aiador por nome Au~usto Frederieo de Al– meida, úe 2;3 annos de idade, natural dos Aço– res, occupado no gessamento da igreja da S anta Cruz dos Militares, foi com outros ao consisto– rio, e, possuído do demonio, rompeo em bl&s– fornias contra uma Imagem de .l\osso Senhor Je– sus Christo, apezar das admoestações de seus companheiros. Mal sahio do consistorio, foi para seu traba– lho j unto ao altar de Nossa Senhora das Dôres; mas de repente retumbou horrivel grito pelo templo, e vio-se cahir por terra o desgraçado, estrebuxando horrivelmente sem poder proferir uma palavra, e consta que só recobrou a falla pasi-ados tres dias. Hontem, pelas IO horas da manhãa, o Sfir. bis– po capellaõ mor, conJ e de Irajá, foi, com o cle– ro da fregu ezia, <iesaggravar a sagrada Imagem do desacato que se lhe fi, z. No proprio lugar em que fora co.nmettido o desacato, reunio-se o clero da Candelaria com a i rnperial' irmandade dos militares. A I magt>m estava descoberta e ex– posta fi. veneraçaõ....._ . O Snr. conego Moreira, mestre de ceremonias do solto, leu uma Pastoral do Sr. bispo conde, em que saõ narrarias as particularidades do fa– cto, e onde S . Ex.ª trata largamente do culto aas imagens, desenvolvend11 a rnateria desde os tempos da lei antiga. O desgraçado delinquente, com semblante muito contrito, fez depois confissaõ geral, e foi por S. Ex.ª absolvido das censuras em que in– correu na fórma do ritual romano. Fez em se– guida a sua protestações de fé, recitando o sim• bolo dos Apost.olos, com um artigo explicito ácerca do culto das imagens, da fórma da Fé Piana. Seguiraõ-se as ladainhas dos Swtos, cantadas pelo clero, concluindo-se com a oraçaõ pro Ec– clesia. Por ultimo teve lugar a adoraçaõ á sagrada Imagem, inJo todos os circumstantes prostrar-se diante della e beija-la devotamente. g concurso de povo foi immenso; o consisto– rio e a i~rt>ja naõ poderaõ conter a multidaõ de fieis que acudiraõ para presenciar a ceremonia; e durante todo o dia grande numero de visitan• tes foi adorar- a Imagem do Redemptor. , ( Jornal do Cornmercio n. 0 218.) CEARÁ. Copiamos ·da Fidelidade a seguinte descripçaõ de um naufragio, acompanhado de melancolicas circumstàncias. O pres-iJente do Ceará o Snr. lg– nacio Correia de V asconcellos, é digno de louvo– res pelas providen~ias tomadas para vêr se ainda é possivel sa!var a vida de uns poucos de infelizes naufragados. Esse pcocedimento é inteiramente conforme com seus honrosos precedentes. .Mwf ragio da barca hollandeza - Joaõ Henriques. • Vamos narrar a nnssos leitores o terrível nau• fragio, de que, no dia 29 de maio passado, foi victima uma barca hollandeza, que de Amster– dam sahira a 2 de abril deste anno para a ilha de Batavia em lastro, carre~ar de assucar e ca– fé. Na madrugada daquelle dia, pelas duas ho– ras e meia, a bar<;:a Joaõ Henriques, capitaõ Henriques Guilh rme Esckleber, proprietario Alberto Aklers Junior daquella praça, achou-se sobre o penedo de S. Pedrn, onde bateu taõ horrivelmente que apenas deu lu~ar a passarem– se della para elle 27 pessoas, das SI que tra– zia, entre tripulaçaõ e passageiro, que era um chapeleiro, morrendo quatro, e ficando uma com o braço quebrado: a barca com pouco submer– gia-se, e os míseros naufragos ficaraõ entreguei á Divina providencia. No l O df• junho passado avistaraõ ao longe uma embarcaçaõ, metteraõ– se oito em um batelaõ, que tinhaõ salvado, e foraõ vêr se a podiaõ alcançar; dentro de pou– co tempo penleraõ-n'a de vista, e queren<lo vol-. tar para o rochedo, naõ o encontraraõ mais! Que fazerem oito míseros mettidos em um pe– queno batel sem o menor alimento? Resigna– raõ-se á sua infanda sorte, e correraõ á mercê dos -ventos e das ondas! No dia 9 do passado fo. raõ dar na praia de Pernambuquinho de Sobral,
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