Treze de maio - 1845

SABRADO !}~. 0 TRIMESTRE.: e; -- PARA' NA TYPOGRAPHIA DE SANTOS & FILHOS. Rt;A DE S. JOAO CANTO DA ESTRADA DE S. JOS8' -- iWiMfiWAMIWi íftfUif&iiiSliii4M+-Wd~P iH59t~Jlftm.?tUdl v• xffZlPPR¾?\ MS " }nn B • A MoRTE DE Luiz 16, REI DE FRANÇA, Muito tempo ha que a politica disse tw 1 o guanto podi<1 dizer desse acto inaudito, a que se poderia app]icar a seguinte palavra taõ profün • da dt F ouché a respeito da mOI te do Duq 11e d' EnghiPI1: He bum crime e até hum erro. Como nossa missai'> he apagar os odio.;, e nã, accPndd-os de novo, naõ entraremos nos ll eta 1 hes desse pro– cesso · mon:-truoso, em que os accusadores eraõ juitf's; e de todos os quadros de~se dr·ama san– guinolento só oflerece remos aos leitores o ulti– mo, ~quelle em que a Relig1ão brilhou em to– do o seu explendor, fazendo de hum homem hum .heróe, de hum heróe hum martyr, dando a qnem naõ teve a fórça de reinar como prín– cipe, a coragPm de morrer como rei. L ufa XVl .naõ era ainda de nove annns, quando o D elfim, seu pai , fez rPnovar parc1 el – le a ceremonia do haptismo; mostrando-l he SPU nome inscrito em os regi,-tros da parorhia ao la– do do dos mais pohres habit?.ntes de Versailles. ,, Meu filho, lhe disse elle, o instante do nas– cimento e o da morte nos confunde com flS outros homens; vós respondereis dL,ntP de Oe– os pelo cump::-irnento desse dever. ,. Trinta ,, n. n os dep 1 Jis Luiz forçado por aquelles, qqe se tinhaõ feito seus inimigos, a pa,~ar por um in– terrog;;itorio, e a justificar todos os actos <:!e sua vida, lembrou-se das lições de seu p·, i, e·'n!-ul– tou sua con 'ci encia, que a<>hou li.np' 1 rle re– ·mnrsos, e ouvio sem se assustar os ·ultrajes da calumnia. A Convençaõ o havia julgarlo; ella ti ha cfü:posto, pt la maioria ne cin•~o votos <l a vida de hum Rei de França; o p risionfiro do tPm– plo ignot·ava ainda a sentença f.ital, quando sen fü-l Cléry. lhe veio dizer que Garat, que tinha ~ título de minh;tro ·cta justi<;a, e Grouvelle, antigo secretario das ordens do princi_pe ele Con– dé, ahi estavaõ . O prin,eiro entra com o cha– péo na cabe<;a, lê-lhe a sentença, e quando pronuncia a palavra de pena de morte, a vic– tima lança para os que o cercaõ hum olhar ce– It,ste, como para assegurar- lhes que a morte naõ causa terror ao innocente. .\!~uns minutos depois o Rei entrega a Ga– rat a st•guinte nota: ,, Pe.;o huma d1láçaõ de tres dias, a fim de p reparar-me para appare– cer na presença de D eos: desejo para e:-se fi 11 ver livremente a pessoa que eu indicar aos coin– mi~sados do commum, e pesso que esta pe,soa esteja a abrigo de todo temor, e inquietaçaõ pa– ra esse acto de caridade que houver de exe1·– cer j unto a mim ,, Duas horas dep9is Santerro entrou com ar risonho e annuuci nu a Luiz X\: [ que a •lila– çaõ dt> tres diaq fo ra regri ta ía Luiz XV I i~– se ll Cléry: ,, P e lo ar de S anterro ac re itára, que d le me r inha annunda1· que a dilaçaô ti– nha sid1J concediua. ,, O p•·e.:o se poz a almoçar taõ tranquilla– men te corno d'antt-s, sua so,· presa f; ,j grand~ ao ver yue lhe havian ti rado a faca Communicá– ran-lht> uma ordem da municipalidade nos ter– mos s<'gui ntes: ,, Lniz não se servirá ele faca, nPm de f!il l fo em suas comida.;; dar-se-há hu– rna faca ar) seu crii¾do p'lra lhd cortar o paõ, e carne, em presença de dous commi~sarins, e de– pois da comida ser-lhe-ha tomada ,. D e:rrraça dos! exclamou Luiz X VI. que idé,.1 f~ ,l e tcs de mim 1 q11ando eu fa:-se taõ cova,r e ce po– de~se <lar-me a morte, naõ sabem .i1e a Reli– giaõ m'o prohihe 1,, A tO de Janeiro ao mpfo dia o Abbadt, Ed~eworth de F1rmont recebeo o convite 1le ir ás Tulherias, onde o conselho executivo fazia as suas se~ões;_ elle naõ se demorou ern partir~

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