Treze de maio - 1845
(4) me das suas pupillas uma succinta mas ener– gica oraçaõ de agradecimento pelo grande bene– ficio que havifio recebido. E naõ foi só, este o aat_o de b€Q.eficencia com que se engrandeceraõ os festejos do nosso Augusto Príncipe. O resto das subscripções na importancia de 200$ réis foi distribuído em esmollas pela pobreza men– diga por S. Ex,ª H,ma. ,E _ãlem disso tiverão os infelises Lazaros de Tucunduba em todos os dias dos festejos carne, e pão fresco, e roupa, esmola offerecida por caritativa mãQ occulta, pe– lo intermedio da Irmanda•de da Sancta Casa da ~ :Misericordia. . No n1esmo dia 14 pelas S horas da tarde hou– ve um abundante jantar aos Soldados no Quar– tel do distmcto Batalhã,J 4. 0 àe Caçadores. O banquete foi servido em utn sallão de 209 pés de comprimento, todo avar·andado por dentro de murtas, e cheio ..de arcos com fü,res do prado, vendo-se na frenie do primeiro arco um emble– ma com ·Bandeira Nacional, e instrumentos bel– licos. Comparecerão á este Jantar o Vice Presi– dente da Província, Commandante das Armas, e os dos Corpos, alem dos demais O fliciaes, e outras pessoas gradas da Provincia. S. Ex.ª o Vice-Presidente fez Vivas a 8. M. O · Impera– dor, 6 ao Augusto Principe Imperial, que forão correspondidos por todos, tocando logo o Hymno Nacional, e dando 3 descargas de fogo rolante a Guarda de honra do Busto de S. M. Imperial. Ahi o muito dig:no Commandante do mesmo Ba– talhão convidot;-' as Authoridades, e outros Ci– dadaôs distinctos, que presentes se achavão, para assistirem á urn esplendido, e sumptuoso jantai:, a que se dignou tambem assistir o Exmº Vice-Pre~idente. A espa,çosa salla da. Secretaria, em que foi dado 9 jantar, estava com singelesa, e bom gosto preparada: o tecto era forrado de verdes ramos, e as paredes cobertas com ban– deiras de diferentes côres. Na parte superior da salla via-'se um lindo emblema todo Militar, e sobre a cadeira de S. Ex.ª pendia uma _corôa de flores odoríferas. O banquete foi animado, tocando sempre a niusica aos brindes que se fazião em allusão a_o grande obJecto dos festejos. Ainda no dia 15, ultimo das festividades, hou– ve T11eatro, e um rico. fogo de vi sta no centro do Campo de· Pedro 2.", para o qual concorre– rão mais de trez mil espectadores de todas as classes. GALERIA OP'J:ICA. ~xposta na rua do Açougue nas cazas do Sr. .Monteiro. Respeito á actual e selima exposiçaõ da dita paleria, aclutmos o juízo -seguinte no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro com data de 17 de .Maio do anno passado - ,, .flsseveramos na qitinta e ultima exposiçaõ que era talvez ~ra talvez a melhor de todas, animan– do os curiosos das bellas artes a visita-la; -agora porem, á vista da setima exposiçaõ, devemos con– fessar que formamos juiso erronf!O, pois que, de– pois de maduro · exame, devemos conjerir a-palma aos quadros actualrnente expostos. O painel que nos mostra S. Paulo pregando aos prisioneiros cliristaõs em um carcere de Ro– ma, representa dignamente a época dos primeiros imperadores romwws . .fl sala .do throlio do impe– rador d' .!lustria, no castello gothico de Luxem– burf;{ ( perto de Vienna ;, é summamente interes– sante, - Esle castello que imita a architetura go– thica .daquella épociz importante, em que, tantas vezes, a antiga casa de Habsburg decedio a sórte do mundo civilisado, foi construido no principio deste secitlo pelas ordens e segundo o . plano da imperatriz d' .flustria, esposa do imperador Fran– cisco I, augusto avô do excelso .Monarca Brasi– leiro. Naõ sabemos em qite termos devemos exprimir– nos á vista do portico de um convento em Capo d'lstria, com a volta de uma procissaõ funebre: é impossivel dar uma idia exacta do effeito magico produsido por este quadro. Chamamos porem a attençaõ dos expectadores sobre o machinismo en– genhoso que faz scintillar de continuo a chama do fanal suspenso no .meio da abobada, levando as- sim a iltusaõ ao ultimo gráo de perfeiçaõ. Os quadros de S. Petersburgo, com seus pala– .cios de um luxo asiatico no meio me um terreno insalubre e pantanoso: do Estreito dos Dardanel– Jos, que em nosso seculo tem um interesse mais po– sitivo, posto que menos poetico do que nos tem– pos de Hero e Le.andro; a Abbadia de Melk dos padres benedictinos sobre as margen." do Dam,– bio, que em 1809 forneceu, durante alguns dias, a cada soldado do exercito de Napoleão ( bagatella de 80$000 horneus), urna garrafa de bom vinho; emfim o· K ohlmarkt ( rua principal) em Vianna, com suas bellas moças aitstriacas, todos merecem summo louvor, tanto pelos objectos que. represen– taõ, como pela e.r:ecuçaõ ortisticq; e podemos as– se·verar mais esta vez, que inteiramente ·satisfa– rão aos curiosos que os examinarem. ,, . .11 este artigo do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, o Director da Galeria Optica crê de poder juntar, sem, ser manchado d' exageraçaõ, . que a presente e selima exposiçaõ, he verdadeira- mente huma das mais ricas e interessantes que até agom aparecéraõ, e isto naõ sómente para a boa exeçuçaõ dos quadros, ma:s taõbem_ para os obje– ctos interessantes que representaõ, e tlle está in– timamente persuadido, que todas as pessoas a~ quaes honraraõ a Galeria corn szta presença, se– rão convencidas d'etta verdade, e participarão de sua opiniao. E. por este motivo ell.e convida se:
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