Treze de maio - 1845
pedindô reformas e melhoramentos politicos. -Sm:ctA. - Escrevem de Hestengfort que o magnifico obsen·atorio, recentemente construido n'esta_cidade, foi presa das chamas. Attribue-se este sinistro á perversidade de alguem . . -TuRQ,UIA. ~ Um incendió consideravel la– vrou no dia 22· de janeiro por hum dos suburbios de Constantinopla: 150 casas forào consumidas. ( Diario do Rio de Janeiro n. 0 6883.) · EDICTAL. .à Camara Municipal d'esta Cidade de Belem do Gram-Pará._ ~ .fitz saber que nos dias 5, 6, 7 e 9 do mez proximo jítcturo pelas 1.0 horas da manhãa na sala de suas Sessões se hade arrematar a quem, ·mais der os allugueis das Ca– sinhas do larg-o do Pelourinho, armazens da rua ila Boa-vista, afilaçaõ de pezos e medidas de to– do o municipio, bem como meio real em libra de carne -verde <las rezes que se amanharem no Curro Publico, e 640 ,rs. por cada caheça de gado alli entrado, cidas arrematações saõ perten– centes ao anno .financeiro do 1. 0 de Julho de 1s,15 ao ultim_o de Junho de 1846. E para que chegue a noticia de todos se faz publico pelo presente Edital. Da.do e passado nesta Cidade de &an– ta Mada de Bellem do Gram-Fará e Sellado com o sello da .Camara JJ'.lunicipal aos 1.5 de Maio de 1845. _ Paulo Maria Perdigaõ, Presidente. Juliaõ da Foncecca Freitas, Secretario. -AVISOS.- . -- Da-se malas d'este correio para o de Gu– .J'Upá no dia 18 deste méz á vigilenga Santa Luzia, e no dia J 9 para o de Santarem a Ec;cu w .Bngela Correio Geral do Pará 14 de Mata de 1845. .!lntonio Rodrigues d' ..ilmeida Pinto. - Farinha •de araruta vende-se ua ruct dos Davalleiros onde outr'ora moravaõ ás · Edi,can– das. --Gomes Antonio Corrêa 8r C .ª pertende vender o seu estabelecimento na Rua da Bôa Vista nas casas da Camara; toda a pessoa a quem convier póde hir tratar_ com os annunciantes na mesma casa. .__...a.:_ Em o I. 0 de Maio do corrente anno fugio a .Ontonio José Pereira Carneiro itma escrava de nome Domingas, preta retinta, baixa cheia de ·corpo, rosto grande e t·edondo, terá pouco mais ou menos 20 annos de idade, de naçaõ ..ingola, levoi, vestida saia de chita. roxa pintas miudinhas, e uma camisa de riscado azttl de lisfa.i: também, miudas: quem a eritregar nesta Cidade. a seu Sr, moradí>r na rua da Praia largo do Pelourinho se– rá bem recompensado, e o mesmo protesta contra quem a tiver acoutada. ........... _ _,.__ AMOR FILIAL DOS MOIROS. ltum ci rurgiaõ portuguez foi hum dia procu.. rado por hum moiro ainda moço, o qual lhe pe– dio ~lgumas drogas, para matar seu pai, promet– tendo-lhe por i~so huma bôa recompensa. O ci~ rurgião ficou admirado; como era de esperar, e não pôde r espondP.r logo ao que se lhe propunha; _ mas toi'nando .depois a _si, e sabendo bem como os moi ros t ratâo os christaõs que por qualquer modo lhes de.sagradão, 1·eplicou com ·a maior presença de espírito - " Então parece-me que não v.ivtis bem com v0sso pai 1 - Não .se póde viver melhor, respnndeo o moiro; tem bastante dinhei ro; casou-me com huma mulhn riquissi– ma; j á me fez doação de tudo quanto possue; mas desgraçadamente não póde trabalhàr nem gozar; e:st{i tãn velho e decrepito, que o maior bem qu e se l he pó1le fazer, he dar-lhfl a mor– te. ,,· O doutor, corno alí chamão a todos os facuf ... b tivn", achou , como com' inha, que o arrazoado fü .1sdic,i ,h moiro era hum pouco especioso; mas r ""',111et.teo ceder a seus desejos, e immediatamen– te lhe preparou huma bebida, que era mais propv";-i para dar vida, do que para matar o po- - bre v lho. O moiro pagou:..a bem, e partio. Oi., to dias rieoois voltou para dizer ao cirurgião, que seu· p1i ainrl a \J âo era morto. " Ainda nã1J he morto ! exdamcu o cirurgião, fingindo grande ~ 1,TIIr:-ição, pois ha de morrer, e de no,'o compo2 n·1 h-o r emedio, pelo qual recebeo no,·a rtmune- ;:i_cão, assegurando ao moiro, que este remedio n l'lo podia fa lhar no<i effeitos que se desejavão• Com tu<lo, quinze dias depois ainda o moiro tor– n ,u muito enfadado, queixando-se de que seu p1 i não :-Ó não era morto; mas parecia gosar ca– <l a Vl-'Z da melhor saúde. - Não desanimeis, Jh ,-, rl is-:e o doutor, tal vez contentíssimo da repe– ti <>ào lnr.r~ti va das visitas; dai-lhe outra dóze d~ remedi •: ~rn cuja manipulação vou pôr toda a minha hab;lidade. ,; _O moiro foi-se com o re– medio, e não tomou mais. Hum dia, d' ahi a tempos , o cirurgião encontrou o seu amigo, e Jbe perguntou qual tinha sido o resultado do remedio. - Não servio de n::1da, respondeo o moiro, mostn1ndo o maior contentamentô, ·meu pai está de saúde perfeita. Deos o preservou de todos os nossos esforços, e isto ..f.e fez conhe•, cer que elle he hum .Marabout l hum santo.) _ ( .d.rchivo Popular. )
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0