Treze de maio - 1845

(2) rados caminhos, em que rodaõ os carros. Esta privilegiada creatura, a quem todas as outras es-. taõ svgei.fas, que as domina com toda a elevaçaõ ue hüa intelligencia, que se estende cada dia, o homem tem creado a palmeira, que abriga sua barraca, a fon te, que sacia su a sede, a espiga, q ue mata sua fome, a flor, que per(urna seos caminhos? Este soberano senhor do mundo ha– bitavel, que sabe tirar partido dos elementos os mais - fogosos, e indo-n:iaveis, he delles auctor? . Quando seo tr"igo amarellec~, e seca svbre o pé, ·tem elle ,a sua disposiçaõ, · para o fazer reverde– cer hüa só gôta de chuva? Quando a tempes– tade estr.uge nos bosques, e lança por terra os velhos can'alhos com todos seos ramos, quando o rr..ar revolta-se, eleva seos montes espuman– tes, e crusa suas ondas com os relampagos pode - elle com hüa palavra trazer a calma? Ah! N aõ: · naô o pode: e tem tanto conhecimento de sua impoterrcia, que se o tem visto sacrificado as ondas, e aos ventos sobre as mar·gens do Tibre, e sobre as bordas a muito tempo incognitas dos grandes . rios do N ovo-MUndo. ( Continuar-se-ha. ) O Catholico. m~~,~)J~ Am\rm~~ GALERIA OPTICA. . ( Extracto de hum Jornal de Lisboa. ) çaõ; mancha indelevel, _que obscurecerá sempre aos olhos da posteridade, a natural generosidade dos antigos povos da A]emanha ! . O quadro em questaõ representa hum desses suhterraneos, onde se reunia o dito tribunal, · il– luminado por huma grande lanterna com vidros encarnados pendendo do meio do Subterraneo; e de duas velas sobre a meza entre as quaes es• tá o crucifixo. Os juízes estaõ assentados em seus . assentos de pedra, juntos da meza redon– da, sobre a qual está o Evangelho em cima de huma caveira; estaõ mascarados e armados de punhaes: - O · referendario existe em pé, e len– do, a accusaçaõ escripta, e o accusado está tarn- ·bem de pé, por traz da mesa, com as maõs alge– madas: Junto á porta que fica á direita está hum servente deste tremendo tribunal, o qual he re– presentado com hum caracter tã0 natural, que inspira vivamente aos espectadpres hum verda– deiro horror! Felicitemo-nos, porque taes tri- · bunaes arbitrados, já naõ existem. A vista Saint Cloud casa de campo, perten– cente a côrte de França, no. grande jardim de Yersailles, um quadto inteiramente romantico. A lua resplandecendo em uma noite serena; es• palha uma claridade argentina, sobre a superfi– cie das arvores, e das plantas, singularmente ar– ranjadas, e sem duvida o expectador que exa– minar esta vista com attenção, por alguns mo– mentos, sentirá aquella emoção propria de um coraçaê sensivel, d'aquelles que se enterntcem com os sublimes quadros da naturesa. · A ~rceira vista e a sala de conversação no serralho do Gr. Senhor em Constantinopla, se– gundo o quadro do celebre Migliara. N'ella se encontra uma architectura puramente oriental e que nos conduz a memoria H magnificencia, e . delicias de que gosavam os mouros; q11ando se– nhores d'uma parte da peninsula, habitavam se– us magníficos palacios de Alhambra, em Gra– nada, e Alcazar, em Sevilha. O Castello Je Abbotsford, na Escocia; resi• dencia <l.9 celebre Walter Scott, uma pintura de ~un,mo interesse. As montanhas escocezas, en– voltas grande espaço <le tempo, nas aguas gela– das, mui escassas em vegetação; appresentam um aspecto singular, e d1fficultoso é conceber que um poeta, em paiz tão sombrio podesse produzir versos tão brilhantes, e fogozos, como produziu vValter Scott; porque, foi na sua ha– bitação de Abbotsford, onde elle compoz a maior parte de suas inumeraveis obras. Com tudo de– ve contessar-se que o silencio imperturbavel que reina constantemente nos contornos d'aquelle edificio poderia contribuir muito para o desen- Costumados a entreter nossos leitores, no que diz respeito a occurrencias do dia e as sciencias e bellas artes; naõ quizemos deixar de lhes dar na breve noticia sobre a 6. ª exposiçaõ de qua– dros que no dia 13 do corrente~foraõ offerecidos ao publico na dita galeria; principalmente pelo merecimento de alguns dos mesmos quadros: jul– gamos n'este n. 0 a vista que, no genero de neo– rama, representa huma sessaõ dos cavalleiros da mesa redonda ( tambem chamados os cavalleiros invisiveis, a côrte estrellada &.& ) no subterra– neo de hum castello gothico em \Vestphalia . Es– tes tribunaes secretos tiveraõ sua ori~em no XU. seculo ( 1 usg) na W estphalia e propagava ô-se successivamente em tóda a Alemanha: Es tes ca– valleiros formavaõ huma especie de . confedera– çaõ, com o louvavel fim de protegerem os op– primidos e punir os assassinos, mas de~eneraf! - do-se com o ar1dar dos tempos ( como succede quase sempre a todas as instituiçõ~ humanas) dos fins a que se haviaõ proposto; tornarão-se hum rcaeio secreto e odioso para o exercício de vinganças particulares e vergonhosas. O accusa– -00 era condemnado . nas sombras da noite, sem comtudb ser interrogado, ou defendido; e a maõ que o devia assassinar, dava sempre seus infal– liveis golpes, f~vorecidos das trevas e da trai- - volvimento de tão grande genio. Vimos mais o quadro que representa o pala– cio d'este sobre o lago de Cóme, na ltalia, sic tuado em huma linda posição. Este palacio obteve alguma celeridade, por ter

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