Treze de maio - 1845
SABBADO. · SU.,º TR1MESTRt. PARA' NA TYPOGRAPHIA DE SANTOS & MENORES, IWA D'ALFAMA N. 15. - 1845. iíã K+-é w+-Bí!Mtf?i &- SN PARTE HELIGIOZA. AscENSAÕ no SENHOR. Em proprio tempo tratamos da Pascoa da Ressurreiçaõ do nosso Divino Salvador, solemni• dade, que os A postolos instituiraõ para eterna lembrança deste maravilhoso acontecimento, e que a fo;reja celebra todos os annos no primei– ro Domingo depois do 14. 0 dia da lua de l\'Iar– ço como entaõ . dissemos. Jesus Ohristo sahindo ~lorioso, do sepulc!ro, vencedor da morte, querendo provar ao mundo a verdaue de sua Resurreiçaõ, al!iviar aos seos Aposfolos da perturbaçaõ, do medo, e da incer– teza, em que os tinha posto a sua prisaõ, e a sua morte, e convence-los de sua falta de fé: devendo em fim dar-lhes todas as ordens, e . instruoções, de que ainda precisavaõ para hirem trabalhar na conversaõ do genero humano, dis– perso por toda a parte da terra; por consumar assim o seo sacrificio, e por o ultimo comple– mento á divina .Missaõ, de que o Eterno Pai o tinha incumbido, se demorou 40 dias s0bre a terra. No ultimo destes 40. dias apparecendo aos Apostolos, que se achavaõ juntos em Jerusalem, lhes ordenou, que fossem por todo o mundo ins– truir, e baptizar todas as gentes em nome do Padre, do Filho, e do Espírito Santo. Prometteo-lhes o dom dos milagres, e as– segurou-os de sua assistencia, e prntecção até o fim do mundo,. Eu estou com vosco, lhes diz o Senhor, todos os dias até o fim dos secu– los; palavras, com que solemnemente prometteo de nunca desamparar a sua Igreja n'elles repre– sentada. E sendo os Apostolas muito rudes, e perfeitamente ignorantes, o Senhor lhes abrio os olhos do entendimento, para que podessem WdM➔ 6# Mlt!1M9 . , comprehender o sentido das Escripturas. Pro• metteo de lhes enviar logo o Espirito Santo, que os encheria de sabedoria, e de força, e lhes ordenou finaln1ei1te, ·que naõ se separassem até que recebessem estes dons, que o mesmo Divi– no E:3pirito lhes havia de infundfr. ·Feito isto condusío Jesus Christo os seos discípulos ao mon– te Olivete, q1.1e era perto d'aquella cidade, e chegados alí lavantando as maõs, deitou aben– çaõ a todos, e logo se começou á levantar da terra: e elevando-se ao Céo, uma nuvem o re– cebeo em sí, a qual o escondeo aos olhos da multictaõ, que admirada observãva hum taõ es– pantoso prodígio. Os circunstantes o seguiraõ com os olhos, quanto puderão, _e como continu– assem attonitos em olhar para o Céo, lhes ap– pareceraõ dous Anjos em fórma humana, ves– tidos de branco, os quaes lhes disseraõ, que Je;– sus Christo, que elles acabavaô · de ver glorio– samente subir ao Céo havia algum dia da mes– ma maneira voltar á terra. A Ascensaõ do Senhor foi o triunfo da na– tureza humana; por que nesse dia a nossa na– tureza, a qual o Divino Verbo se havia unido, foi metida deposse da gloria eterna, para que tiuha sido creada, e C()ffi effeito desde logo le– vou o Senhor comsigo as almas de toJo~ os jus– tos, que anciosos por Elle. estavaõ esperando. A Ascensaõ Je Jesus Christo he tambem o solido fundamento da nossa esperança; por que como diz S. Paulo, Elle entrou no Céo para servir-nos de precursor, e offerecer continua– damente a seo Eterno Pai o sangue, que der– ramou por nosso amor. Tal he o fundamento, e o objecto da festa, que a Santa Igreja solem– nisou na proxima quinta foira, em que se com– pletaraõ os 40 dias depois da Dominga, em que celebramos a grande festa da Ressurreiçaõ. Para que naõ podessemo.s duvidar desta,.
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