Revista Do Ensino 1930 - Março v5 n 43

, A PERSONALIDADE DO PROFESSOR Entendo que no ensino o papel preponderante ca 1 be ao professor . Será, talvez, um ponto de vista· pessoal, e, como tal, destitui do de valor . Certo é, porém, que tenho disso convi– cção absoluta . A experiencia tem fartamente provado a inf.luencia de– cisiva exercida p elo mestre sobre os a lumnos, e o aphorismo reza que ",tal seja o mestre, tal ser á o discípulo." Julgo que, á meqida que formos progr edindo e a l egis– lação se tornar cada vez ma is severa, não haver á carr eira de mais difficil accesso que o magisterio. Adoptar -se-á, para o preenchimento dessa funcção, o criterio da selecção moral mais absoluta. O professor ha de ser o prototypo da honesti– dade, da virtude, do homem do trabalho e do dever . E não será exigir muito, porque, effectivarnenite, bem pouco vale preceituar methodos e processos de ensino con- - sentaneos com a psychologia infantil, si a personaHdade do mestr e é por si mesma um perigoso exemplo que ha de influir decisivamen te na fo_rmação da personalidade infantiJ. IMITAÇÃO - INVENÇÃO - HABITO Com effeito, basta voltar os olhos para esse período ex– traordinariamente propicio a toda a intervenção educativa, qual sej a o cm que, começando a vontade a se affirmar, a creança, nimiamente imitadora, tem j á um cer to numero de habitas e uma diminuta dóse de experien cias com que vae iniciar a sua vida escolar . Taes h abitos, na m aior ia passa– geiros e substiluiveiis, são, na educação moral, o pon to de con– vergencia da attenção do -preceptor avisado . Nelles e com elles é q ue o mestre terá de agir, procurando fa zer com que se affirmcm os uteis, e trabalhando pela eliminação dos- pre– ju<liciaes . Toda a vida, se r esume, finalmente, numa formação, numa substituição, num j ogo de h abilos, quasi todos elles adquiridos por imitação, sej a reflexa, persistcn te ou in telli- gente . ·

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