Revista Do Ensino 1930 - Março v5 n 43

64 REVISTA DO ENSINO -Acho esse 7!1Ovimento de grande alcance, disse-nos a vice– directo,ra do "Curs_o J acobina", e es pero que essas viagens se repi– tam e que outros_ po~sam gozar de tão grande prev1leg10 e que com– prehendam quanto precisamos ,t,raba1har com ardor e ,patriotis– mo p elo nosso Brasil. A professora Julieta Martins Arruda, da Escola Rodrigues Al– ves, é uma das nossas educadoras mais cultas, com uma noção per– feita da evolução e da finalidade dos moder nos methodos educati– vos nos tempos ac_tuaes. Nos Estados Umdos muito viu e apprehendeu. E d_o que viu e ap– prebendeu tan~o nao faz segredo, como quer divulg_ar, p~triotica– mernte, o que poder a servir de ori– entação aos educadores nacio- naes. "D. . Falando ao 1ar10 da Noite" a digníssima professora contou: nos de quem partiu a idéa da de– legação aos Estados Unidos, como ella foi organizada, como foram 0 nga,nizad oo os grupos, a rece– pção que tiver~m e a ~rimeira vi– sita logo no dia segumte ao da chegada, porque o I_ns tituto de Educação l•niterna.cwnal •tudo ,pT~aráta -convenien•te~en1e, á Universidade de Colomb1a. E logo depois, diz-nos a IJ)rofes– sora Julieta Arruda : - Nessa Uni,versida:de estavam centralizados todos os nossos as– s urnptos de estudo, desde a esco– la primaria até á sup~riQr. A Uni– versidade de Colomb1a é, por si, uma cidade. Em uma grande a r ea se encon– tram além dos differentes estabe– leci~entos de ensino, os predios annexos (casas de moradia de iprofessores, alwnnos, lll!borato– rios, etc). Annexas á Universidade de Co– lombia funccion am duas escolas primarias, que são tomãdas como modelo: a "Lincoln School" e a "Horace Mann School". Além destas, toma das como mo– delos, visitei o grupo que se dedi– cava ao ensino-,pri•mario outras escolas em Nova York, e'm Nova Jersey, em Caimbridge e em todas a,s cidades que percorremos . Todo o movimento da r e for– ma educativa se fez com a colla– boração da familia. O povo , em massa, chegou a CO'lllJpreh ender ,que a nossa c iivili– zação ,precisa de outros methodos de ensim-0, e que a antiga escola de lêr, escrever e corntar era in– compa,ti•vel -com os tl.em ,pos que ·corre.lll. A escola tem de ser a reprodu– cção da vida. A criança vive n a escola como nu,m mundo em mi-niialura. Simultaneamente ao trabalho in1eUectual, têm o trabalho ma– nual. Em todas as escol,as, quer na particular, para os filhos de ricos, quer na publica p ar a o filho do IJ)OIVO, e xis,lerrn a ca•I'lpintaria, a sal a q.e itiraba1hos de :mecani-ca, a modelagem, a forj a, etc. A educação physica e a artisti– ca são feitas com g r ande interes– se. Não ha escola sem gymnasio e sem auditorio, além dos terrenos p ara jogos e v ida ao ar livre. Em muitas escolas já ha pisci– na . O espírito de democracia é r eal. Tudo aquillo que os bons paes des,ejaim IJ)ara seus filhos, o filho do povo, o filho do governo tam– b em te•n . A palavra alphab etização, que t anto enche a bocca dos nos– sos administradores, desappare– ceu nos Estados Unidos, como de– via d esapparecer aqui, sendo sub– stituída p el,a palavr a "instrumen– tação", p orque alphabetizar o po– vo sem lhe d ar ·meios de ganhar a vida p elo trabalho de suas mãos é n ernicioso. Na minha opinião, é preferível uma enxada na mão de um anal– phabeto que um romance de cor– del em mão sem habilidade . Na America não se abandona o filho

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