Revista Do Ensino 1930 - Março v5 n 43

REVISTA DO ENSINO 61 tica, mas tam'bem a acção e a possibilidade de conduzil-a á rea– lização completa". O ambiente do problema pode ser artificial, quer dizer, pode el– le ser proposto de modo diverso da vida real. O do projecto é sempre natural. Sem ambiente natural não existe projecto, que é "uma situ,ação normal da vida, isto é - o problema desenvol– vido em seu ambiente natural". Os problemas podem ser "sim– ples" e "multi-problemas" e os projectos - "simples" e "comple– xos". Exemplos: Problemas simples: - Onde está ,a Bahia? - Qual sua capital? Multi-problema: Po– deria a Nova Inglaterra desenvol– ver-se em nação poderosa e in– dependente? Este multi-pro·blema acarretava 'rarios problemas, o primeiro dos q1H1es foi: - E' a Nova Inglater– r.a grande bastante? Projectos simples (sempre que cada caso se desenvolva em seu ambiente natural) : Serrar e aplainar uma taboa (trabalhos normaes), fazer uma analyse de terras (agricultura), etc . Projecto complexo: "Encom– mendas postaes". E' um motivo apparentemente simples e mostl"a como apesar disso pode ser uti– lizado como base de um projecto complexo e relacionado com mui– tas, ma terias. Foi realizado no "Iowa Teaohers College Training Sehool". As creanças queriam enviar, nas ferias, diversas en– commendas a parentes e amigos distantes. O proposilo foi apre– sentar o assumpto ás creanças, de maneira que se preparassem para utilizar-se do serviço de encom– mendas postaes com a maior van– tagem. Houve discussões geraes e tra– balho nas aulas de trabal'hos ma– nuaes, geographia e arithmetica. Eis as experiencias que os alu– mnos adquiriram: pratica de lei– tura e escripla; conhecimentos 4le matihematica simples, incluiu- do-se medidas; conhecimento de alJuns outros Jogares em relação com a sua localidndc_; habilidade para .o traballbo normal e elemen– tar; e, como tinham recebido ob– jectos por via postal, tinham vis– to o carteiro entregando as en– commendas. · Os principaes fins que o mes- tre se propunha eram: · 1. º) ensinar as creanças a en– volver com penfeição os objectos e por-l!hes o endereço adequado para enviai-os pela via postal; 2. º) ensinar o que pode e o que não pode ser enviado por esse meio; 3. º) ensinar a vantagem do ser– viço de encommendas postaes; 4. º) propor problemas· praticos de .arHhmetica; 5. º) iniciar as creanças na lei– tuna de mappas, localizando os Jo– gares para onde as encommendas iam ser remettidas; 6. º) dar-lhes ampla concepção. da vida civica; 7. º) educai-as na obediencia ás leis e regulamentos; e 8 . º) ensinar-lihes a soccorrer a outrem. · A tecihnica e pratica de acondi– cionar, de empacotar foi realiza– da nas aulas de trabalhos ma– nuaes; o endereço com os proble– mas que suscitava, nas aulas de– lingua; o estudo das zonas, em que ha serviço de encommendas postaes, nas de ,geographia; nas de arit!hmetica, aprenderam as creanças a pesar e a calcular pe– lo peso o custo do transporte pa– ra as differentes zonas. A encommenda que mais inte– ressou foi a que se preparou para. certo. asylo. As creanças trouxe– ram briÓquedos de casa e con– struiram outros na escola, na au– la de trabalhos manuaes, para ta1' donativo. Incluiu-se uma carta escripta por um dos membros da classe solicitando a resposta das creanças do asylo. Como devia ser escolhida a me– lhor carta por um "comité", ori-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0