Revista Do Ensino 1930 - Março v5 n 43

28 REVISTA DO ENSINO rias disciplinas do curso, resumo de paginas lidas, r elatorios de e~cursões e de experiencias, discussões sobre as leituras, reproducções de narrativas . ENUMERi ÇÃO Nada mais facil do que fazer com que os alumnos enume– rem os objectos que lhes estão em torno, que teem em casa, que veem numa igreja ou numa officina, que encontram atra– vés de suas excursões. De começo, a enumeração simples dos objectos da sala de aula, os nomes das partes do corpo hu– mano, os objectos de uma cosinha, o contendo de uma carteira. Depois pode-se pedir que se junte a cada objecto um adje– ctivo adequado. Afinal, pode-se pedir a respeitJ de cada ob– jecto uma sentença . Assim: carteira, quadro negro, regua, mappa, t inteiro . . . ; depois: carteira envernizada, pequeno quadro ne~ro, regua metallica, t inte;ro ordinario ... ; e afi nal: estas carteiras são antigas; ha aqui vinte carteiras; uma car– teira está estragada ... São evidentes as vantagens educativas da enumeração: ensina a observar, fa z recolher com mais cuidado as impras– sões do mundo exterior, apresenta ensejo de ampliar de mui– to o vocabular io e é excellente exercício de prosodia, exigin– do-se, como se deve , a pronuncia detida e nítida de todas as palavras. · A EXPLICAÇÃO DE GRAVURAS A explicação de gravuras foi posta em moda apaixona– damente por Pestalozzi , que importunava os seus alumnos com um interrogator io prolongado, impertinente e minucioso so– bre todas as par ticularidades dos objectos . Uma simples gravura , sobretudo quando ha nella per– sonagPnS, pode prestar-se a esse exercício. As creanças gos– tam muito de gravuras.e folgam de dar explicações á scena representada, da_!ldo as mterpretações mais diversas . Pois o bom professo: nao deve embaraçar a loquacidade das cr,·an– ças. Deve de1xal-as falar , abundantemente não as pertu,·ban– do com corrigendas a toda hora, mas rep~rando nos defeitos 0 erros, para corrigil-os depois. O que se quer, sobretudo, com taes ex"rcicios, é que as creanças falem, ·certo ou errado, mas falem. Õ professor é que deve ficar calado, as mai , das vezes, mostrando-se vivamen~e interessado pelo que ellas lhe falam e escutando com cm– dado. ..