Revista Do Ensino 1930 - Março v5 n 43

REVISTA DO ENSINO 25 O museu de uma cidade industrial deve ser inteiramen– te diverso do museu de um centro pu1·amente commercial ou agricola, como um museu de um grupo de cidade o deve ser do de uma escola rural. Coisas, pe.ssoas, tarefas e interesses differentes-dão a cada museu uma forma individual e pro– pria. GRAVURAS, CARTÕES Ha coisas importantes, porém, de que não é possivel eolherem-se amostras, por serem raras ou caras. O remedio é facil: recorra-se ás gravuras das revistas e j ornp.es ou aos oartões postaes. Ainda ha pouco estudamos o papel dos pos– taes no estudo da geographia. Em !ffandes paizes, ha esco– las, por vezes localizadas em regiões muito pobres, que con– segmram formar collecções interessantissimas de gravuras, preenchendo, de modo fecundo, a visão directa de regiões, de accidentes geographicos e de centros humanos que a pou– cos 4 dado visitar e conhecer ... CLASSIFICAÇÃO, ORDEM .Acima, r eferimo-nos ao material etiquetauo e classifimtdo. Não quizemos, com isso, negar utilidade a uma intelligente dis– po1ição e classificação do material. O que guL:emos comba– ter e criticar é o museu fabricado pelo governo ou pela in– àastria particular, o museu engenhoso e artificial, que não dá e não pode dar uma idéa da natureza ás creanças. A natu– reza não se enc::.mmenda n em se fabrica: está ao alcance de todas as mãos. Repetimos que não negamos a vantagem de ser o material bem acondicionado, disposto, classificado e etiqueta– do, pelas creanças, de modo que o encontrem, com facilidade e sem perda de tempo, quando preciso. .O museu não é um monte de coisas. E' um punhado àe ceieas ordenadas, de que devem as creança, levantar um ca– talogo. Insistimos em dizer que todo esse trabalho de acon– dicionamento e de classificação deve ser feito pelas creanças, biam eomo a colheita de materiaes, cabendo ao professor o papel de um collaborador dedicado e amigo, que trabalha ao fado d s creanças e interessadamente como ellas, tendo espe– cial cuidado em não lhes suffocar a individualidade, guiando– ai em tudo, impondo-lhes a sua vontade, insinuando-lhes to– d11 as acções.

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