Revista Do Ensino 1930 - Março v5 n 43

Z4 REVISTA DO ENS I NO pois de um dia cheio de peripecias . I sto é, uma infinidade de bagatelfas, botões, a 1 finetes, pregos, varinhas, pedrinhas, vi– dros , sellos, /?l'a vuras, pedaços de fita, sementes, etc. Justamente: o museu deve conter todas essas bagatellas, objectos communs e ba1·atos, ao a 'cance da mão, que possam ser continuamente sopesados e manejados, sem medo de estra– gos, porque devem e podem ser conti11uamente renovados. As creança.s encarreoar-se-ão de o enriquecer, com as suas- contribuições tão ut~s, que arrecadam continuamente , em sua tarefa ordinaria de procurar e de colleccionar. Atra– vés das excursões, colher-se-ão as coisas mai:i communs da natureza circumdante da escola. Uma coisa que p edisse des– p esas poderia ser adquirida com economia de todos, vintem por vintem, contribuindo-se, assim, pouco a pouco, com es– forço e com sacrifício de todos . Com alguns botões, cartões, gravuras, cacos de vidro Eementes, nozes, bolinhas de vidro, pedaços de fita , amos– tras de tecidos, novellos de lã, latinhas, tubos de comprimi– dos, caixinhas, moedas, pregos, fios de lã, etc., poder-se-ão fazer exceJlentes e numerosas exper iencias scientificas, sem o appar elhamento complicado dos laboratorios . O estudo mi– nucioso das côres e suas nuanças, da forma, do peso , das di– mensões, do numero e das matarias das coisas- poder á ser feito, com g rande vantagem, com essa multidão de . baga tel– las p reciosas. Levar-se-ão os meninos a observar todos os objectos, com appl1c 1ção de todos os sentido~, vendo-lhes as côres, apreciando-lhes a consistencia , a lisura ou a rugosi– dade, tomando-lhes o peso, verificando-lhes a sonoridade, to~ando-lhes o gosto . Depois procurarão_ comparar, a_POil• tarao seme'hanças e differeaças . .Desenhara o obJectos, fixan– do-lhes melhormente os contornos e as particularidades. Conversarão sobre elles . Emfim: observa1•ão, compa rarão e concluirão. E terão feito verdadeir a sciencia, cuja tarefa não passa de induzir conclusões dos fa ctos observados e ex– perimentados. MUSEUS FEITOS Diante disso é inutil pensar que ha museus feitos para com elles se dota1:em as escolas, como ha r .,upas feitas para todos os corpos. Os museus são productos do trabalho e do esforço da escola . Devem constituir-se de accordo com o pro– gramma a ser ensinado. Devem ter a physionomia particu– lar das regiões em cujo seio a escola funcciona. li

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