Revista Do Ensino 1930 - Março v5 n 43

, r REVISTA DO ENSINO Em interessantissimos trabalhos publicados, vê-se per– feitamente que mundo differente é o das creanças. O que, sobretudo, as interessa na vida é a natureza, o tempo, os ani– maes, as travessuras, os pequenos acontecimentos da vida fa– -miliar e escolar - que a todo momento são registrados em seus diarios . · Depois que os alumnos tiverem sentido, visto, agido, vivido e praticado qualquer sentimento, acontecimento ou acção, e depois que os houverem expressado, em conversação, em aula, - é que porão por escripto, com as palavras cbm que disseram oralmente, procurando contar, com exactidão e com vivesa, o que tiverem em vista. A CORRECÇÃO DOS ERROS E' necessario que a correcção dos erro:, de lingua-gem das creanças, em uma exposição oral, seja feita com o maior– cuidado possível, não suffocando a individualidade das cre– anças, mas deix 1 ando que empreguem tal provincialismo ou phrase menos precisa, comtanto que exprimam bem e clara– mente o que com ellas as creanças pretendam expressar. Criticando a preoccupação de uma professora em polir a linguagem dos alumnos, assim se exprime Lombarda Radi– ce, em notavel O'bra, de que adeante falaremos mais larga- mente: , "E' pena que essas notas (dos diarios das Úeanças da, escol,a de Portomaggiore) .não se .nos apresentem sob a sua fórma infantil primitiva - tão encantadora entre os alumnos. que estão nos seus primeiros passos! - Mas, a professora (ella lambem .fazia as suas primeiras experiencias) tinha es– crupulo de deixar escrever uma pagina originalmente sem ter dirigido a conversação e suggerido assim a palavra mais. precisa ou corrigido o provincialismo. E' o .unico vestigio, ao que me parece, da escola ordina– ria, demasiadamente e prematuramente preoccupada com o. estylo castigado, com o vocabulario impeccavel e com o ver- niz literario." · PRIMEIROS PASSOS .Pens.amos co~? o !Jfostre. pe.dagogo, mas achamos in– dispensave1s a partic1paçao e a msmuação dos professores nos primeiros exercicios. Mais tarde, percebendo os alumnos 0 que se quer e o que têm de fazer, deve-se dar-lhes maior li– berdade.

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