Revista Do Ensino 1930 - Março v5 n 43

6 REVISTA DO ENSINO tira, e, contemplando a enorme distancia que vae da palavra ao acto, .aprende a descrer do .professor, a retirar-lhe a sua confiança, e a fazer-se lambem mentirosa e desleal. Fórma o habito da incongruencia entre o pensamento e a acção, e, continuando a imitar porque isso é uma neces– sidade do seu apparelho nervoso, já não procura distinguir quaes os actos que devam ou não ser imitados. Então, toda a responsabilidade do fracasso da obra educativa cabe ao docente, irremediavelmente, porque bons fossem os exemplos, bons teriam sido os habitos implantados na personalidade infantil. E não seria caso para processo criminal o desviar de uma linha recta na vida, por incapacidade moral, dezenas e dezenas de crealuras? E' um ponto de summa importancia no ensino e como tal deve ser encarado e meditado por todos os educadores dignos deste nome. Penso que ao professor e ao sacerdote incumbe o dever de ter constantemente os olhos voltados para dentro de si mesmos, numa incessante pesquisa, num incansavel exame. Cabe-lhes fazer de cada instante da vida uma opportunidade para melhorar a sua alma, para encherem-se de virtudes, que devem apontar aos outros, não vagamente, como coisa irreali· zavel e ideal, mas como realidade tangivel e de possivel ac• quisição. ABEL FAGUNDES (AsalsLente teohnloo do ensino) '

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