Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

REVISTA DO ENSINO de vossos jovens alumnos, com disposições tão differentes, põe em evidencia que cada menino é apto para alguma cousa, quan– do O mestre sabe reconhecer suas aptidões e cultival-as com uma arte verdadeiramente psychologica." Da escola de Burgdorf disse um visitante: "Não é uma escola que vejo, é uma grande familia ." O esplendido exito da escola .e a reputação do mestre attrahiram numerosos visitan– tes, entre os quaes Herbart, um dos maiores pq.ilosophos da educação. Sob esses felizes auspícios, Pestalozzi vae passar agora á execução de seu novo projecto, deixando a escola e abrindo no castello de Burgdorf um instituto de educação, que compre– . hendia um internato para rapaz~s e urna escola normal. A actividade fecunda e surprehendente, .que se desen– volveu nesse instituto, tornou em dois annos a cidade de Ber– thoud o primeiro centro de educação da Suissa e talvez do mundo. São muitos e de diversas partes aquelles que ahi veem aprender os novos methodos e conhecer o genial educador. "Ao cair da noite, diz Alberto Malche em s~u formoso livro, depois de tantas alegrias sans, as do trabalho corno as do prazer, Pestalozzi intervinha. Elle gostava de terminar o dia no meio de seus alurnnos, quasi sempre no pateo do castel– lo: alli, apoiado ao hombro de um delles, dirigia a todos ·algu– mas palavras de meditação sob o olhar das estrellas." Mai$ tµíía vez, no meio de tantas realizações e esperan– ças, os acontecimentos políticos desapossaram-no do castello de Burggorf, que voltou a ser a séd,e da administração do distri– cto. Mais uma vez, recomeçando, em outra pequena cidade, Yverdon (1805_- 1825), ainda mais do que em Burgdorf, vae Pestalozzi conhecer as doçuras da gloria. As auctoridades locaes, r efere François Guex, recebe– r am-no solemnemente e lhe offerecerarn um banquete. Todos os seus o acompanharam desta vez. Os primeiros t empos em Yverdon foram para elle os mais felizes de sua vida. Havia por vezes em torno de Pestalozzi até trezentas pessôas, inclu– sive os visitantes. Sabias, generues, príncipes, imperantes, en– caminhavam-se para a pequena cidade valdense como para um :agar de peregrinação. Entre esses visitantes illustres encontram-se Frrebel, o creador dos jardins da infancia, e Carl Ritter, o creador da sciencia geographica. Eis como este se exprime: "Eu vi mais do que o paraiso da Suissa, vi Pestalozzi, conheci seu coração e seu genio: }amais, como nos dias q~e passei junto desse no-

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