Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

l A voz da pratica Nesta secção serão acolhidos os trabalhos de collaboração do nosso professorado, bem como de outros funccionarios do en– sino, desde que se coadunem com o programma da "Revista". Como suscitaes em vossos alu– mnos o amor á leitura? O fim -da leitura deve ser pre– parar o individuo para viver me– lho·r na sodedade; .portanto, a professora icreará na escola um ambiente interessante para a cri– ança, onde ella lenha a vcrçladeira oo,ncepção da vida real. A professora deverá guiar a cri– ança, para que ella busque conhe– cimenlos utei;; nas bi•bliothecas r.scolares, afim de que mais tarde saiba encontrai-os nas bibliothe– cas pu,blicas, nas revistas illust·ra– das, etc. E' preciso despertar-lhe o interesse e amor pela leitura. Para isso, a pt'D.fessora deverá ter em vista os grandes objectivos da leitura: a ) desenvolver-lhe a mechani– ca, d~spertando o gosto pela lei– tura oral e silenciosa, interessan– do ,de tal m!)do á criança que, sempre, e'S la busque e encon tre nos livros n solução de grande ~arte dos multi1plos problemas ,que a cercam, augmenlando os .seus conh eciment-os pela experi– encia propria; b) estimulai-a para, por inicia– .tiva propria, escolher livros ut-eis cujo assump lo lhe traga, sempre, .proveito na vida pratica, alem do deleite de uma lei,lura varia- da or a em livros de informação, 0 r~ em livros recreativos, afim de· que o seu interesse seja perma· .nente, ,profundo e crescen~e, co– •stituindo, ,mesmo, um h abito sa– lutar ·em toda a sua vida; c) acquisição e con servação de bons h abitos, altitudes e habilida– .des, de que depende o exito feliz .dos outros objectivos. A sala de aula deve ser uma continuação do lar, do meio em que a creança vive; por isso, a sala precisa ter a apparenda de uma officin a, a qualquer momen– to em que se entre nella, esteja ou não occupada pelos ·alumnos. . Para que o mei.o escolar con– vide a criança ao estudo, é neces– sario despertar-lhe o interesse, ,dan-do-lhe todo o material, para ·,que ella faça o estudo a seu modo, tpegan-do, ,olhando, examinando, ,destruindo, construindo, etc. E' necessario fazer que a ,p ro– pria criança saiba apr eciar a lei– tura; para isso, é preciso sempre fazer uma intenpretação àa mes– •ma, para esti,mular-lhe o inte– resse. A aUitude da l))rofessora influe muit,o no espirilo de seu,s alu•~– nos. Póde-se notar que, nos pr1- •meiros dias de aula, as crianças quasi não falam, mas, á medida ,que forem provocadas pela pro– Jessorn e que esta se lhes tornar -~Ym,Pathica, pouco a p•;:,uco, to– dos participam do inler,esse com– mum. Poderá, com o decorrer dos dias, a professora obter que al– ,gum dias alumnos sinta satisfa– ção de entreter os collegas, con– tando-lh es uma historia. Este é o 2.º desenvolvimento. E, assim, obterá muitos outros, desde que

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