Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

... -- REVISTA DO ENSINO 55 n0s actos da vida, elle vae praticando, e aprenderá muito sua– vemente, pois só se aprende a fazer uma cousa, fazendo-a. Si a professora aproveita a classe para a actividade de ornamentar e organizar a sala de aula, quanta cousa van– tajosa elle não tira dessa lição pratica ! Uns alumnos se encarregarão de calcular em quanto-------– impo1:tam os gastos, outros, da compra de material para mo– biliario, compras de cortinas, jarras para a ornamentação, outros da confecção de banquinhos, quadros de avisos, estan- tes para a aula, etc., o que é mais economico, o que é melhor, e, destas actividades vêm muitas outras. Quantas idéas não podem suggerir as creanças ! Ex.: para a compra de jar ras, os alumnos são pobres, mas querem sua sala enfeitada; uns lembram os bambús que podem pintar com uma tinta de preço ao alcance delles; outros, obterão vi– dros de compotas, latinhas mesmo, que poderão enfeitar com um cachepot. As carteiras não lhe são adequadas ao tamanho, cansam-nas. Afim de que não digam que a escola é dura, como ainda se ouve nos nossos dias, com caixotes que as proprias crean– ças poderão adquirir por preço ínfimo, cobertos com um chitão barato, com algumas almofadas, tudo f eito e organizado por ellas, o que terá muito mais valor para ellas, poderão prepa– rar um ambiente mais ou menos confortave1 para as aulas de Lingua Patria, para a hora de leitura, etc. Lembrando a actividade de jardinagem: Toda escola devia t er o seu t erreno onde as creanças pudessem ir cultivan– do o gosto pelos jardins, hortas e pomares, em que apren– dem arithmetica, geometria, de um mogo maravilhoso . Como é prodiga a nossa natureza ! Como é abençoado est~ pedaço de terra - Brasil ! - tão bem fadado por Deus, com um dima s!l.lul.Jerrimo, com um solo prompto a acolher o que lhe der– mos e a nos retribuir com farto juro! Ensinemos os nossos fi– lhos a amar muito o nosso caro Brasil. Dewey disse que a escola é uma sociedade em miniatura. Assim sendo, como bem sabemos, esses actos communs da vida, ha muito já deviam as creanças ir praticando, para o que devem ser instituidos em todas as escolas os diversos clubs, para que os alumnos tenham opportunidade de treinarem nos diversos actos sociaes e necessarios da vida pratica, como se– jam: visitar collegas enfermos, fazer visita de pezames, dar parabens, saber calcular em quanto importa o adorno ou obje– cto de necessidad~ á classe, etc.

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