Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

REVISTA DO E N S I NO 53 k) mandar que narrem historias e que r elatem um facto que se deu na localidade, acostumando-os a dizer em exactamen– te o que observaram e viram, e evitando que se habituem ao exaggero e ás invencionices ; l) no 3. 0 e 4. 0 annos,despertar a .attenção dos alumno_s para os oradores das sessões do Audit orium, e fazer com 9ue verifiquem quanto é vantajoso, bello e agradavel, - saber ex– primir-se, falar corr ectamente, com desembar aço e precisão . Apr oveitar-se disso, para convencei-os de que só os es– tudiosos os amant es da bôa leitura, podem conseguir est e dom tão-apr ~ciavel: falar correct amente, em linguagem pr oveitosa e clara ; m) acostumal-os a falarem em presença de pessoas ex– tranhas, porque, o acanhamento e a diffi culdade em ex)Jrimir– se são, as mais das vezes, a causa de passar em certos individuos preparados e competentes - por atr azados e sem recurso intel– Iectual ; n ) esfor çar-se o professor, .afim de que, no 1. 0 anno, as cr eanças sejam obser vadoras e possam falar em linguagem singela, mas correcta, a r espeito da vida do lar, da escola e do meio em que vivem. No 2. 0 anno, pelejar par a que comecem, depois dos exer– cidos or.:1es, a pr atica da linguagem escripta, sem duvida mais difficH, porém mais necessaria que a linguagem falada. Assim, no 3. 0 e 4. 0 annos, já devem t odas as creanças t er certa facilidade para se exprimirem oralmente, e não aper fei– çoar -se na linguagem escripta, simples, clar a e indispensavel . E' este o ponto mais difficil e ao professor compete·ser, mais do que nunca, uma sentinella devotada, quer animando as creanças, quer cor_ri~indo-lhes as expressões difeituosas, quer aplainando-se as d1ff1culdades; o) le!Ilbrar-se o professor de que elle é apenas um guia, e que jámais poder á prescindir do concurso precioso das cr ean– ças e t omar o temp_o com prelecções vasias e abstractas ; p ) evitar que os alumnos se limitem a falar, e sim, es– forçar-se para que o tr~balho e as applicações concretas ve– nham r eforçar as suas expressões e os conhecimentos adqui– ridos ; q) dar grande impulso ás r euniões do Audit or ium infan– t il do Club de Leitura, r euniões estas dirigidas pelas proprias crea~ças_ e_nas quaes, r evezadamente, todas desempenharão papeis, hm1tando-se o professor a assistil-as ;

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