Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

REVISTA DO ENSINO 51 constantemente em contacto com as cousas, ,·êm, pegam, obser – ·vam, examinam e indagam tudo, enriquecendo a cada instante o seu vocabulario e desenvolvendo todos os seus sentidos. E porque não fazemos na escola um ambiente inter essante e na– tural, permittindo-lhes falar constant emente e expor com des– embaraço o seu pensamento ? Será difficil? Não. Então. trans– formemos as nossas escolas e comecemos pela organização das nossas salas de aula : vamos com os nossos alumnos dispôr essas cart eiras de modo que todos se vej am, dando-lhes assim um aspecto mais familiar. Esqueçamos o " pssiu" ! Não que– bremos a espontaneidade dos nossos alumnos ; deixemos que troquem idéas ; sejamos doceis e baixemos ao nivel da creança já que a não podemos elevar ao nosso. A nossa linguagem deve ser simples e ao alcance dos nossos alumnos, si nos quizermos fazer delles entendidas . Tenhamos o maximo cuidado na cor– recção dos erros de linguagem, pois é uma das causas da t i– midez dos nossos alumnos - timidez essa, que na ma ior parte das vezes, os acompanha por toda a existencia - o modo r ispido com que os corrigimos. Procedendo dessa fórma, con– t r ibuimos, tambem, par a o insuccesso no desenvolvimento da linguagem . Façamos com que appar eçam nat uralmente na con– versa as fórmas correctas dos erros commettidos, ao invéz de os r eprehendermos . Devemos ter tambem especial cuidado com a conver sação, para que não degenere a mesma em brin– cadeiras, algazarras ou mesmo em phrases desconnexas sem o menor encadeamento; é necessario guiai-a intelligentemente, para que tenha um obj ectivo util. O arranjo das nossas salas de aula offerece uma infini– dade de occasiõeB de fazer com que as cr eanças falem abun– dantement e : Uma jarra de flores, um q_uadr o novo, a mudança dos mesmos na classe, as excursões, emfim, qualquer cousa de novo a ser introduzido na classe ou observado pelos alumnos, deve ser submettido á discussão . E' mistér que toda a conver sação seja interessante e que o fim a attingir esteja ao alcance mental da classe. A pr ofessora que quizer tirar partido da conversação com seus alumnos, dever á saber. antes de tudo, despertar o inter esse dos mesmos sobre actividades, que dever ão ser r esol– vidas pelas proprias cr eanças, em discussão - e como j á acima ficou dito - intelligentemente guiada . RosA BAR1Lo Diver sos são os meios que se podem empregar , para que as cr eanças discor ram com desenvoltura, com expr essão e natu– r alidade :

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0