Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

R EVISTA DO ENSINO 43 ções e são mais escassos os seus conh ecimentos. Se~1s coz:i.ceitos são mais limitados e menor sua ref lexão. Sua capacidade criti– ca é igua lmente menor que a das pessoas maiores, e isto erpli– ca o predomínio da imaginação e s ua maior s uggestibilidade . Falta, a demais, na criança , uma vontade bem definida e, respei– t an t e ávida affectiva, a criança differe do adulto em não pou– cos det alhes. As differenças que t emos enumerado nã o estabele– cem, sem embargo, uma demarcação perfeita _entre o espírito da criança e o do adulto. Importa a o prof essor saber t ambem que t ae.s differença s são mais accentuadas quanto mais joven é o individuo e que desa:ppar ecem gradualmente á medida que augmenta a edade. E o professor nã o deve ignora r que esta evo– lução espiritual, que esta psychogenese, se effectua espontanea– mente de dentro, como consequen cia directa do crescimento, assim como p elo influxo do meio ambiente a ministrar-lhe novas experien cias que são novc;is est ímulos pa ra a sua evolução. Com– prehende-se, por üito, que um professor que só possue uma li– geira noção de Psychologia geral pode dizer-se que não conhece · o material humano com o qual deve tratar. E ' preciso, portan– to, que o mestre conheça os factos da psychologia infantil e ju– venil, o que não significa que deva estar ao corrente de toda a evolução detalhada do recem-nascido e dos seus primeiros annos de vida, isto é, o p eríodo pre.-escolar. Ha certos pontos que o educador deve domina r preferentemente, porque offerecem maior inter esse para a sua t arefa docente e por terem uma ap– plicação pratica na escola. Estes pontos são a intelligencia, a memoria, o pensamento, a comprehensão, a attenção, o ~xerci– cio, a fadiga , o interesse, os sentimentos e a vontade . No estudo de todas estas funcções, é mister ter bem pre– sentes as I].Umerosas variações individuaes, que dependem, em parte, do sexo e da edade . E ainda mais: as varia ções indi– vidua es são extraordinariamente numerosas mesmo n as crian– ças do mesmo sexo e edade, como occorre com a intelligencfa, com a faculdade de aprender, a intensidade e a fequencia dos sentimen t os, etc . A P sychologia geral não pode subminist r ar estes conhecimentos, nem tão pouco é capaz de proporcionar os methodos especiaes para pôr em relevo, de fórma objectiva e scientifica, as variações individuaes e, sobretudo, as differentes apt idões dos escolares. O DIAGNOSTICO DAS APTIDõES E' esta pr ecisamente a finalidade a que deve t ender a preparação psychologica dos professores . Otto Lipmann, o afa– mado psychologo e pedagogo allemão em sua "Psychologia para

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