Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

' .. A PREPARAÇÃO PSYCHOLOGICA DOS PROFESSORES A PROPOSJTO DE "PSYCHOLOGIA PARA PROFESSORES", DE Orro ZrnMoNN DEVEM OS MESTRES ·sABER PSYCHOLOGIA? Tem sido um assumpto vivamente debatido no campo pedagogico a questão da utilidade da Psycho.logia para os pro– fessores. Psychologos houve, e da estatura de William James e de Hugo Münsterberg, que arremetteram contra a Psycholo– gia na formação dos educadores . Attitude tão paradoxal, tra– t ando-se de psychologia tão eminentes, encont rou facil eco em muitos pedagogos que, apoiando-se na opinião daquelles aut or izados .mestres da Psychologia, apregoaram a inut ilida– de dest a sciencia para a efficacia docente dos professores. Mas, em-realidade, a campanha em que se empenharam James e Münsterberg não era dirigida contra a Psychologia mesma, si– não contra os exaggeros de alguns psychologos metidos a pe– dagogos e os de alguns pedagogos metidos a psychologos. A exaggeração, porém, de uns trouxe a reacção excessiva de ou– tros. Vamos explicar-nos. Lá pelo anno 90, Stanley Hall, em seu regresso dos Est ados Unidos, após haver aperfeiçoado seus estudos na Allemanha, introduziu o methodo dos questiona– rios na investigação psychologica. Este methodo alcançou de prompto t ão inusitada voga, que alarmou aos investigadores cautelosos e prudentes. Effectivamente, pr.ra fazer o maior numero de observações no menor tempo possível, distribuiu-se rias escolas, nos collegios e em toda a sorte de estabelecimen– tos educacionaes, uma quantidade enorme de questionarios sobre os mais diversos factos mentaes, que os mestres deviam encher e devolver, depois de haverem interrogado aos seus alumnos sobre os pontos· consultados. Tratava-se, em summa, de copiosas estatísticas, das quaes se queria tirar conclusões

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