Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

34 R E V ISTA DO ENS IN O ENXERTO DE GARFO E DE CRUZ Da pr opagação de muitas variedades de ar vores fructif e– ras deduz-se que as sementes não são sufficientes . A maior ia das nossas ar vores fruct iferas cultivadas são tão variaveis ·que às suas sementes não são semelhantes ás plant as matrizes na qualidade da fructa. Os horticultores ha muito aprenderam a vencer essa difficuldade pelo exerto de um r enovo tirado de uma desejada variedade de ar vore, no cavallo de uma arvore similar. O enxerto no r amo então se torna a copa da a rvore, e o fructo que ella produz é como o da ar vore de que elle provém. Na enxertia, a planta que fornece a raiz chama-se caval– Io. O renovo que se liga a esta é chamado rebent o. No enxerto de garfo, a pont a do cavallo é cort ada fóra . O cavallo é, então, fendido, e dois brotos com extr emidades ta lhadas a •formão são col1ocadas na fenda, um de cada lado, de maneira que o cam– bium do r enovo esteja em contacto intimo com o cambium do c_avallo. A incisão é coberta com cêra pa ra evitar a exsiccação dos tecidos . Si os tecidos do cambium estiverem em contacto perfeit o, logo se unirão. Todos os r enoves crescer ão sob a cêra e, finalmente, hão de cobrir a incisão. Si ambos os r enovos crescerem, o mais fraco é retirado . A enxertia r a pida é o methodo commum de unir os bro– tos a pequenos cavallos. Ordinariamente isto se faz no solo ou por baixo da superfície delle. Tanto as mudas como os cavallos são cortados obliquamente, e cada um delles é fendido. A me– tade superior da extremidade obliqua do renovo é introduzida na fenda do cavallo e é atada fortemente in loco com embira ou barbante. Ainda uma vez, o exito da enxertia depende do contacto entre o, cambium do renovo e do cambium do cavallo . No enxerto em cruz, um corte em forma de T é pratica– do a um lado do cavallo, através do cortex, abaixo do c.ambium. O broto tirado da arvore que se quer enxertar, com um peda– cinho oval d e madeira e <le casca a elle adher ente, é in t ro– duzido dentro do cortex do cavallo e atado fortemente no logar. Isto põe as duas camadas de cambium em confacto: os dois pe– daços se unem, e o broto se desenvolve dentro do ramo. O ca– vallo é, então, podado, de modo que somente perdura o ramo pertencente ao broto do renovo . O enxerto em garfo ordinariamente se pratica na pri– mavera ; o em cruz, no principio do outono. O fructo nas a r– vores enxertadas em garfo ou em cruz é ordinariamente seme– lhante ao do r enovo, não obstante qualquer que seja a varieda- j

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