Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

r l O USO E O ABUSO DO MAPPA FINS E VALORES DA CARTOGRAPHIA E' nccessario que os nossos professores se convençam_ de que, na escola, só se faz mappa para dar aos alumnos capa– cidade de o manejar e usar, com efficiencia, na vida pratica. Da turba infinita de alumnos que passam po:r uma es– cola, quantos vão ter na vida ensejo de fazer um mappa? Então, se não o têm que fazer na vida pratica, para que se darem á fadiga de os fazer? Os alumnos fazem os mappas e devem, com effeito, fa– zél-os, para aprenderem a localizar, com mais precisão, certos · accidentes geographicos, e para decorarem melhor as formas. Se pudessem conseguir isso mais facilmente sem a feitura de mappas, claro está que não deveriam de fazei-os, porque esse é apenas um meio de conseguir um fim, um excellente instru– mento de trabalho, que será posto de lado amanhã, se engen– drarem um melhor. Com isso não queremos, de modo algum, condemnar a cartographia nas escolas. E' excellente para o fim assignalado: el1e, além da vista, pede a cooperação da mão na aprendiza– gem, e um processo é tanto mais fecundo quanto maior fôr o numero de sentidos que puzer em jogo. O QUE E' CENSURAVEL O que queremos censurar é o facto de os professores exi– girem dos alumnos um trabalho esmerado e aprimorado, de dias e dias, com formas primorosas e perfeitas, como coisa que taes mappas fossem realmente servir de instrumento de traba– lho na vida pratica. Horas e horas passam os meninos a dese– nhal-os, linha por linha, ponto por ponto, usando a borracha a todo o momento, cortando aqui, corrigindo acolá, com rigores de cuidado e extremos de paciencia.

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