Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

20 REVISTA DO ENSINO _ Quando os alumnos iniciaram o seu plano de f azer li- vros, começámos logo a fazer um estudo do livro. .Jnformá– mo-nos sobre os livros da antiguidade, a hist oria do papel, da tinta e das pennas e lapis. Estudámos tambem a historia da impressão, e visitámos uma typographia. Esse trabalho foi feito na classe de inglez, porém não fizemos nenhum livro sobre esse assumpto. Fiz~mos tamb~m um estudo sobre os recursos naturaes do Estado de Luiziana, sendo o material disposto em i;orma 'de carta enrolada, conforme se faziam com os perga– minhos da antiguidade. Ém fins do anno escolar, tratei dos preparativos para iniciar os meninos no trabalho das estantes, dedicando a esse trabalho os periodos de desenho e de actividades geraes. Um dos alumnos trouxe a sua caixà de ferramentas e outros trouxe– ram ferramentas diversas, fornecenélo a escola a maior par.te do material . O SOLUCIONAMENTO DO PROBLEMA Em primeiro logar tratou-se de fazer, sob escala, um de– senho de um estante, trabalhando nisso tanto meninas como meninos. O trabalho era novo para a classe e, sendo de grande utilidade, não podia haver occasião melhor do que essa, em que os alumnos se achavam intensamente interessados na sua applicação pratica, para ensinai-o á classe. Discut~u-se o tama– nho da estante, as portas, o material, e outr os pontos. Cada alumno devia fornêcer um plano, e dest es escolhi os tres melho– res para servirem de base para o trabalho . A est;mte devia t er 5 pés de altura, 2 de largura e um de fundo, devia ter duas po1·– tas de vidro e quatro prateleiras, inclusive a do fundo. O trabalho foi f eito na sala· de pratica, contigua á aula, sendo para isso construida uma tosca banca de carpinteiro . Os meninos atacaram com enthusiasmo o trabalho, pedindo mais t empo no fim do período, e, graças aos conselhos de um alumno de officina na escola secundar ia superior (high school), que por varias vezes veiu inspeccionar o trabalho, não tardaram em apresentar promptas a armação e as prat eleiras, sendo as partes r eunidas por meio de parafusos . Surgiram varias diffi– culdades, que os meninos, entretanto, foram vencendo com €xito razoavel. O meu problema mais difficil de fiscalização foi o de obter trabalho para todos, pois os rapazes queriam tra– balhar todos ao mesmo tempo, sendo por isso necessario que 2lguns se occupassem em fazer casas de p_assarinhos emquanto os outros trabalhavam na estante. J