Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

J REV I S T A DO E N S INO naliêlade e com o proposito de vê-los por si proprios organizados, o papel do mestre se modificou rad ical– mente . E' vêr os dois quadros, com attenção . Outrora, o papel de relevo na escola cabia ao mestre. Ell e tinha uma cadeira sobre um estrado e ella o punha separado dos alumnos e superior a elles . Elle revestia-se de ar severo e era tanto ·melhor quanto menos se familiarizava com os alum:-;os. Elle é que tinha o P, ri vilegio de pensar e de falar á vontade. Idéas, naquclla sala, só elle as iinha certas e verdadeiras e ninguem as podia têr supe– riores. E, quando todos as ti vessem identkas, só elle é que tinha o direito de exprimil-as . Deante do silencio da classe·- só elle agia, só ell_e trabalhava, só elle fa.. lava ... l lo je, não. Se quizer cumprir bem com o seu dever, o professor deve assumir, em sua aula, uma attitude simples e modesta. Falará cada vez menos, tanto quando falar qualquer alumno, confundir-se-á com os alumnos, traualhará ao lado delles, rirá com ell es, applaudirá o exito do traba lho commum ou não se desalentará com o mau resultado, dando-lhes o exemplo da melhor e mais justa attitude que um homem deve tomar nas circumstan– cias bôas ou penosas ca vida . Assim, deante de todos, apenas apparecerão o trabalho e a act, vidade dos alumnos. Nas festas, nas exposições, nas actividadcs escolares, os alumnus tomarão parte exclusivamente, revelan j o iniciativa, esforço, cooperação, amor á escola, signaes vivos, emfim, de seu desenvo lvimento intellectual , moral, social e physico. Os desenhos são dos alumnos. Os tra– balhes, dos alumnos. Os numeras de audi torium, dos alumnos. Ninguem dirá: Isto tem o dedo do mestre tal. Isto não foi fe ito pelo alumn o ta l. Todos, porém, verão claramente que os alumnos traba lharam realmente e que são verdadeiros autores dos tiabalhos que assignaram. Assim, depois de um traba lho silencioso e perti naz de guia, de .carinho, de paciencia e de devotamento, só

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0