Revista Do Ensino 1930 - Maio v5 n 45

nEVJSTA DO . ENSINO 11 sa dureza habit ual, seriam entregues em sacrificio á casa dos loucos, podem ser salvas do internamento e vir a ganhar o pão, a gozar de uma vi da livre e sem obstaculos; basta que, sob uma direcção amoravel, lhe sejam confiadas o~cupações simples, adequadas á sua fraqueza." Em epoca tão distanciada do actual movimento educati– vo, é de admirar que Pest alozzi dê aos professores modernos este exemplo, ainda r aramente seguido. Elle observava cada um dos aluinnos e ia registrando suas observações para melhor conhecei-os e para proporcionar-lhes mais conveniente ensino. Hoje, quando com tanta razão se insiste nos meios de aproveitar o interesse dos alumnos, caracterizando-se a escola activa "pelo interesse estreitamente ligado ao esforço esponta– neo", convem notar que, não somente na pratica do ensino, mas t ambem na exposição das idéas, Pestalozzi já reconhecia esse preceito pedagogico. E lle assim se expr essa : "O interesse no estudo é a primeira cousa que o mestre e, no caso particular, a mãe, devem fazer o possível por despertar e manter.•• Mas, será bom lembrar, não basta estudar a bella theo– ria da evolução dos interesses infantis, amplamente desenvol– vida por Claparede, Dewey e outros. A esses interesses deve preceder o interesse do professor ou da professora, sem o qual aquelles não encontrarão o estimulo e a direcção que os levem ao esforço continuo e f ecundo. P estalozzi alliava sempre seu vivido interesse aos interesses legítimos de seus alumnos. Outro traço essencial do systema de ensino de Pestalozzi é a intuição. "No que eu tenho feito, disse elle, onde está meu trabalho pessoal? Eu enunciei o principio superior, que domina a sciencia da educação, no dia em que reconheci no methodo in– tuitivo o principio absoluto de todo o conhecimento." Lendo-se o magnifico trabalho de Angelo Bassi, "Me– thocrologia do ensino intuitivo", verifica-se que este teve ante– riormente notaveis propagandistas theoricos. O primeiro foi Rogerio Bacon, declarando no seculo treze, aliás serh resultado favoravel, que em vez de perder tempo com a leitura dos livros antigos era melhor aproveitai-o no estudo da natureza. Mais tarde, Rabelais, Vives e Montaigne tambem reclamaram sem resultado o estudo das sciencias pela observação das cousas. Somente depois que o outro Bacon (Francisco ) e Galileu r eali- r zaram o estudo da natureza na propria natureza ficou firmada a _base do ensino intuitivo. ' Entre os pedagogistas, Comenius foi o primeiro que p r econizou o emprego da intuição como recurso didactico mas coube a Rousseau, favorecido pela sua época, proclamar d~ nov~

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