Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44
' REVIST A DO ENSINO 95 Abrindo a sessã o, o sr . dr. Mario Casasanta , insp ector ger al d a Ins trucção, deu a palavra ao lJ)r ofessor Firmin o Costa, di r e– c tor lechnico do Curso de Appli– cação da Esc ola Normal :C-.fodelo. Este proferiu , en tão, excellente confer encia sobre P estalozzi, tra– .ç an d o-lhe a vida e commen la ndo– Jh e a obra, por fórma commovida e corumovente . Foi uma bella p a– g1na, em que o auc lo r desenhou c om nitidez a exis tencia evange– .lica do c ida dã o de Zurich, p ro– p ondo-o como um modelo dos educado·res que aspir,un realizar plen amente a su a missão. O professor Firmi no Cos ta re– .cebeu muitos applausos ao ter – minar. Em seguida, a p1·ofesso r a S y l– via F ernandes, directo r a do g ru– po escola r d e São Lourenço, fez delicad a saudação ao dr. Mario Casasan la, direclor do c u1;so e• aos p r ofessor es regentes d as s uas diversas c a deiras . A oradora ac– c en tuou a gr a ndeza da obra que tão modestamen te acaba de se r realizada, cm trin ta dias de tra– b alho oa-rinhoso e tenaz, e que re– presenta um es forço a mais em be neficio d a r eforma dos n ossos me thodos p edagogicos, e conse– ·quen te renovação do en s ino . Cessadas as palmas que r ece– beu esse discurso, a p rofessora Olga San tos, do grupo escola r "Assis das Chagas" , em n ome das suas collegas desse estabele– cimen to, que fi zeram o c urso, ,prestou · identica h omen agem ao sr. inspec tor da Ins tr ucç ão e de– mais ])ro fessores, affirrnando, coro -applausos dos presentes, o quanto er am todas gratas ao ges– to b en eme,r ito do governo mi nei– ro, que lhes offerecera uma nova 1e fecun da opportunidade par a o en riqu ec imen to de s ua cultur a profissional . Seguiu-se com a palavr a o sr . dr. Maria Casasanta, que pron un– ciou fulgu r an te oração, enlhus ias– t icamente r ecebida pelo a udi1o– r io, que n ão lhe regateou applau– sos c alor osos . Damos ab aixo o discurso d e s . exc. : "Minhas senhoras, meus se- nhor es, . Ha um mez justo, inic iavamos es te curso de aperfeiçoamento . Não o p r eceder am grandes an– nun c ios nem o cer c ou o menor app ar a to . T anto se nos afigu r ava que a sua assistencia, por força das condições d e q ue o cercá– mos, seria diminuta - qu e ficá– r a determinada a sua ins lalla– ção numa d as sal as d e aula do grup o "Affonso Pcnn a " , offer e– cida, prep a rada e adorn ada. com ca rinho, p or s ua boa direc tora. Desti nava-se o c urso a indicar ,ligeiramen te ás professoras d e boa vonta de os topicos essenciaes ,da n ova escola e dc:sdob r ar -lh es aos olhos - novos e la r gos h ori– zon tes, pa.ra os quaes as seduzi– r ia a di rigirem a su a actividade ab e,nçoada de semeadoras . Ac r editamos sincer amente n a efficac ia desses c ursos, n ão só por q ue temos colh ido fruc tos que vemos e a,palparnos, e n ão só lam– b em porqu e se vêm elles realizan– do j á de h a muitos a nn os nos gr a ndes c en tros de educação, mas ainda p or uma razão trivial e vi– s ível. E é es ta: si µm livro ou, ai nda menos que um livr o, si uma pal estra com um amigo ou, a inda menos que nma pales tra. s i uma .simples r egr a de conducla t em em s i fo r ça s ufficiente par a modi– fic ar a vida de um homem, o r u– mo d e uma civilização ou a côr d e um seculo, é cla r o que uma sé– ,rie d e con feren cias jus tas e s im– p les, feitas sobre urna profissão, para profissionaes dessa profis– são- h a de, por forçn, p roduzir bons r esultados . Accresce q ue o n osso curso comp r ehenderia mais de sete nta con ferenci as e que os pontos essen ciaes de methodolo– gia h a viam de ser p isados e r epi– sados por todos os pr ofessores, •por causa d a intima in ter pen e– tração de todas as mater ias. O curso iria inciar-se, por con– seguinte, com simplic i dade, por– que a assistencia era obrigatoria
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