Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

REYIST_A DO ENSINO 85 !tente, do ,mais . esforça.do, do mais dignQ. Méra questão de jusliç~, dar a cada um o que lhe pertence. Nem se comprehende que uma pessoa estudiosa, costumada a pensar e reflectir, se veja tolhida por preconceitos de ·sexo a recal– car sentimentos de ·collaboração social e :politica, que não póde exteriorizar efficientcmente, quando tantos indivíduos inferio– res, apenas por serem homens, isão guindados a cargos, para os quaes não têm competencia. Estude a professora a instru– cção cívica, faça seu pensemrnto percorrer a vida nacional, analy– se a organização politica, que só– mente assim poderá preparar ci– l(ladãos e cidadans. Nada de sentimentalidade no estudo de problema tão pratico. Estude-o como está estudando pedagogia, para tornar-se insigne educadora. Disse Charles Wagner: "Fa– laT verdade a alguem é tratai-o como irmão; dizer-lhe o que não é verdade é tratal-o como inimi– go". Nestas linhas, eu vos tratei ,f.ra1ernalmente, IJ)odeis crer. 2. Organizaçi1.o escolar. A !primeira parte da instruc9ão cívica VeTsará sobre a organiza– ção do ensino primario. Com fa– cilidade o professor poderá es– tudai-a no respectivo. regulamen– to. O professorado, em geral, co– nhece este pela leitura, mas pou– icos professores o terão estudado, coordenando os apontamentos ex– trahidos. Agora proceder-se-á ao estudo do regulamento com um fim de– terminado: o de ensinar á classe a organização do ensino primario. Ter-se-á de estudar especialmen– te as e·scolas e os grupos escola– res com . as suas dependencias, instituições e associações, como sejam a bibliotheca, o museu, o club de leitura, o auditoriu~, .ª as– sociação das mães de fam1ha, o conselho escolar municipal e h caixa escolar. Outro ponto a estudar são as festas e commemorações escola– res, referentes ás datas nacionaes e estaduaes, e, além disso, a fes– ta da bandeira, a da arvore, o dia das mães e a solemnidade da en– trega de diplomas. No estudo referido entrarão as federações escolares, em que se di– vide o Estado e das quaes é pre– sidente o director do grupo, in– vestido, para esse fim, das attri– buições e competencia de assis– teme technico. Os funccionarios do ensino, em cada federação, têm de fazer parle do estudo men– cionado, achando-se entre elles o assistente technico, o inspector municipal e o districtal, o dire– ctor do g-rupo, o professor, a es– tagiaria, além dos empregados, como porteiros e serventes. Da organização do ensino pri– mario extracte o professor um programma de lições apropria– das ao terceiro anno, e o execute de modo ulil e attrahente para os alumnos, sem minudencias dea– necessarias, que iriam sobrecar– regai-o. 3. Constiluição Federal. O estudo da Constituição Fe– deral impõe-se ao professor pri– mario, que precisa _de sonhec.e~ a nascente da orgamzaçao poht_1ca ,do Brasil. Leia elle com a devida attenção a lei basica de nos~a na– cionali dad-e, procure perscrutar o seu texto e pondere sobre os princípios liberaes ali cGn!:agra– dos. A nossa lei fundamen~al constitue uma elevada aspiraçao, que o p ovo brasileir? só poderá compr.,ehender e realizar, quando a escola primaria lhe houver ~a– do O desenvolvimento necessar10. Posso indicar um optimo tra– balho '!)ara O referido fim. ~•_ 0 pequeno volume "A_ Const\lUIÇ~? Federal na Educaçao Nac10nal , com que o nosso illustre coesta– duano dr. Americo Lop~s at:aba de brindar a literatura d1dact1ca. Ahi se nos deparam um excellen– te resumo da historia patria, o texto constituiciona~ acompan~a– do de notas elucidativa~, ~ um in– dice alphabetico e rem1ss1vo, que torna facílima a consulta de qual-

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