Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

RE V I ST A DO E NSINO O r egimem da professora h a de s er d iffercn te, contido nesta 'J)'hrase de Alexa ndre Vin,el: "Se– nho r de s i mesmo para melhor ser vir aos outros". A :professora n ão deve p en sar s inão p ela s ua cabeça. Ser á senh ora de si mes– ma p ar a m elho r servir ás cr ean– ças . A s ua cultura moral irá tor– nai-a "Jeader". A formação moral da profes– sora, comprchendida a expressão em s~u sentido completo e não re– duzida a fragmentos d iversos, impõe-se-lhe, l)Jar a imprimir a seu trabalho uma orientação fir– me, p ess oal e ~fficien·te, em ~ar– mon ia c om os interesses. soc1aes . da actuali dade . As obras que indiquei, apen as q uatro, podem esclarecer a ex– p eriencia da l?rofessora, metbo– dizando suas 1déas , de modo a da r-lhe uma concepção d a vida e a formar-lhe o espírito p ara comprebender e r ealizar n a es– cola ,a ins trucção e a educação mor al . 6.• aula O prog ramma official desta disciplina, bem interpre ta do que s eja, offer ece opportun idades ao professor ,para mi nistrar á classe o ens ino intuitivo da mol"al. E ' que elle acompanha ,a vida do es– cola-r sob suas diver sas faces; já como al umno e collega no ambi– ente da escola, já c omo filho e irmão no seio da familia, já como m enino n o convívio dia sociedade. Os deveres, os proverbias , as maximas e os pensamentos , em que se baseia o programma, po– dem pa recer á primeira vis ta es– tejam conduzindo o ens ino por a•bstracções incompattiveis c om o desenvolvimento intcllcctual dos alumnos. Realmente, qualquer prog r amma assim p oderá par e– cer, visto que incumbe s empre ao l)rofessor inter pretai-o de accor– do com os inter esses da classe, a d a•ptal-o ás differentes s ituações escolares e desdobrai-o dentro dos pri ncípios da escola activa. Or ganizou-se o PI_"Ogramma para coordenar o ensrno, p ar a distribuir a materia, p ara o r ien– tar o professor, mas elle não é n em pode ser inflexivel. O tra– b alho didactico decorre por en– tre mil circ umstancias d iver sas. que a obser vação intelligente do professor ba de procurar com– preh ender e das quaes o seu pre– paro technico tem de tirar par– tido . Nem é possível que um só. programma s a tis faça plen amen te ás exigencias escolares em tão, vasto territorio qual o nosso . "O principio fundamental do ensino, disse Kan t, não é dar aos alumnos p ensamen tos feitos d e todo, mas ens inar-lh es a p ensar " . Is to que se applica aos alumnos, com maior r azão applica-s e aos professo res . A qualidade prin– cipal do progr amma está, a meu– juizo, cm ser bas ta nte suggestivo. Esta qualida de s obresah e na for– ma synth etica e original do pro– verbio e do p ensamento, muito mais que n as simples ep igr aphes~ ,Sobr esahe parn o professor, es– tá cla r o, que dalli vae extrah ir a s ua licção. Um proverbio qual– quer. sej a este, cada wn colhe como sem eia, um p ens amento qual o de Goethe, uma vida ocio– sa é urna morte antec i pada, fa– zem pens ar , são cap azes de sug– ger i r lições intuitivas de moral, em que elles nem precisarão de ~ arncer, m as em que a,p par eça a i déa ou o ensi n ame.nto n elles contido . "O gen io inven tivo ílos p r ofes– sores, lembra o programma o ffi– cial, h a de cxtrahi r o ens ino de modo attrah ente e bello, mostran– do o p ensamen to da licçã o como, que insculipiu o aos olhos dos alumnos. em finíssimo vidro co– lorido e orna do d e flor es" . E' uma moral bella, agr a davel e t enta rlo•r a que se quer para a in– fa ncia, e n ão essa moral car r an– c uda, cabisbaixa e impertinen te. O vicio, n este pon to , tem sido. m ais h abil~doso n a p r opagan da do que a virtude. E lle vem s ern– lJ)re alegre e animado, ao p asso q u e e~a v em d escr evendo o se u ,caminho c,h eio de es.pinhos e d&

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