Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

,._ .. REVISTA DO ENSINO g,uintes topicos eo11s liLutivos de um plano excellente para o ensi– no primario . Passo a transcr e– vel-o: "1.º- A terra como a encontra– r am os descobridores, no viço quente de s uas matarias e de suas campinas, pO'Voada aqui e alli por. tribus selvagens primitivas alheias ao •pas toreio e á agricul~ lura. 2.º - Reconhecimento das cos– tas e iprimeir-as feitori as dos por– tuguezes; seu contacto com os in– dios; o mameluco; entradas pe– los sertões em busca de escravos e de ouro. 3.º - Cultura incipiente da canoa de assucar, cereaes e algo– dão; os engenhos e os curraes; a mineração, o trafico africano, o mulato, o r egi men colonial. 4. º - A nacionalidade nascen– te, ex.pulsão de invasor es, au– gmento da riqueza, abertura dos port,os e commercio externo; o Brasil r eino, a independencia e a organização do paiz. . 5.º - Actividade agricola e a vida nas fazendas e na cidade; aboliçã~ da escravatura e a pro– clam_açao da r epublica ; a immi– graçao extrangeira; o nascimento da industria fabril. 6/. - Centros principaes de acllv1dade, communicação entre eBes ; typos soieiaes ,caracteristi– cos, sua cultura - habitação, ves– tuario, alimentação; os selvagens reman escentes e os pretos; r ela– ções do p aiz com o extrangeiro . 7. 0 - Organização administra– t-iva actual, costumes politicos ; a familia brasileira; nossos repre– sen tantes maximos na scienci<a, nas letras e nas ar,tes ; ideaes de n acionalidade. Dentro destes topicos ,póde ser incluso o nosso programma offi– cial, interpretando-o, n as lições, de modo a imprimir-lhe a neccs– saria unidade, focalizada em qua– dros differentes com as figuras centraes bem definidas . O estu– do, que vos r ecommendei em aula a n 1 terior t ornar-vos~á crupazes de elaborar' esse plano. Consider ae o :programma de historia como si ffosse um dos ,canteiros do jardim escolar. Deve-se -cultival-o CCJIIlti– nuamente, a fim de trazei-o viço– so e bello, mas póde-se melhorar a dispos ição das plantas e mesmo tirar uma ou outra que esteja afei– ando o ja,rdim. O 'f1m deste con– siste no senti,mento estbetico que o -alumuo adquirirá com o cüliti– vo das flores. Tambem a belleza do program– ana de his toria estará ·na h armo– nia de suas linhas, que se diri– gem aos sentimentos de pa trio– tismo de colJabor ação e de soli– da•riedade, su'bordina ndo aos mes– mos os interesses dictados pelo egoismJO, pela vaidadeÊ pela a.mlbi– ção e pela cobiça. nsinar his– toria patria é ensinar patriotis– mo: de outra sorte será um tra– balho inutil. 4. Ensino da historia patria O interesse da classe pelo ensi– no da his toria vem sendo culti– vado desde o principio, desde a observação da vida do alumno . Por sua vez, o professor que pre– ench eu o p rogr amma de historia local, que apresen,tou o Brasil ãs creanças, e que com ellas conver– sou sobre a vida do nosso paiz, estará sincerame,n•le in~eressado p ela historia pairia. A escola transformou-se assim em ambi– ente favoravel a essa importante disci plina, tornou-se escola ver– d adeiramenite brasileira, veiu a ser uma p artícula do Brasil con– scientemente ligada a elle. Ci– fra-se o mais numa questão de technica do ensino, que a cultu– ra e o p atriotismo do mestre sa• berão pôr em ipratica . . A m eu ver o ensino da histo– ria l))atria de~erá consis~ir numa sequencia de biograph1as e de contos illus trados no quadro n e– gro, seguindo a ordem chronolo– gica, cada qual completo em seu contexto, ao mesmo tempo uns e outros r elacionados entre si, como partes do grande todo que é a historia elo Brasil. De posse da materia, o profes– sor preparará a lição, não como

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