Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

.... .. ,. REVISTA DO ENSINO 71 -•~si na sociedade ne.m sem– pre se encontram o bem e o jus– to, na escola elles devem sempre se encontrar, unindo professores ,e alumnos em fortes laços de sympathia. Quanto mais se fizer a>ara o a,per,feiçoaimen'lo da esco– la, tanto mais ter-se-á feito para garantir o progesso da patria." - "Como haveis de ser indif– ferentes ao progresso local si -delle de:pende a organização' de vossa vida? O meio social é u:ma, das condições da felicidade, e o -concurso, que prestaes para o seu melhora1JI1ento, por si só vos da-. i'á prazer. Fazeis parte da cidade ,desde pequenos, e de ora em de– ante não podereis de todo deser– tar. o vosso pos~o . Alumnos que sois agora, mais itarde occupan– -do q_ualquer posição social, pro- -cedei sempre como verdadeiros cidadãos." 10. Um bello tre.cho do "Cora– ção", de De Amicis. "Estuda as ruas, estuda a cida– de onde vives; si amanhã fores forçado a deixa,l-a,, •has de alegrar– te tendo-a bem presente na me– moria e podendo. 1percorrel-a to– :da com o :pensamento. A tua ci– dade, tua pequena patria aquel– ila que foi por 'tantos an.n~s o 'leu. mundo, onde déste 06 primeiros IJ)assos ao lado de tua mãe; onde .e:,cperi,mernt:1ste as primeiras im– •pressões i onde primeiro choras– .te e ~riste Q espirito A.s •pri– meiras idéas; onde emfim tives– te os primeiros amigos; essa foi mãe para ti; instruiu-te, prote– geu-te. Estuda-a nas suas ruas e na sua gente, ama-a bem; e quan– <lo onvi·res i,njurial-a, defende-a". 4.ª aula • A aula obedeceu ao seguinte iJ)lano: 1 - Apresentação do Brasil á classe O professor traçará no quadro o mappa do Brasil, apenas com a linha de contorno. Ao lado, de- senha,rá ou coillocaI'á o retra,to de Pedro Álvares Cabral. Aqui es– tá, dirá elle, o mappa do Brasil e bem assim o retrato de seu des– cobridor. Vou contar-lhes a his– ltoria do .descobrimento de nosso iJ)afz, occorrido no anno de 150Q. 1E o professor narrará, em varias aulas, essa, historia, ·que se exten– lde desde as ires horas da, tarde ,de 22 de abril até a- -manhã de 2 "de maio, com todos os episodios i,nteressantes que suocedera:m nes~ ses dias memoraveis e que já tive occasião àe relatar em meu livro "O Ensino Primado". Finda a narração, o professor consultará aos alumnos . si que– rem representai-a na aréa de re– creio, reproduzindo as scenas re– feridas. Terá então de dramati– zar a narração, entendendo-se coon os al'lllJilJnos no mel!hor ,modo de fazei-o Quaes as personagens · princiipaes e quem ha de desem– penhar os seus papeis? Os alum.: nos- eSICol!herão a,quelles que têm de ser Pedro Alvares- Cabral, Ni– colau Coelho, Affonso Lopes, Bar– tholomeu Coelho, Pero Vaz Ca– minha, o degredado Affonso Ri– beiro, frei Henrique, Diogo Dias, !Sancho de Toar, etc. Os demais alumnos servirão de marinhei– •ros, soldados e índios. Os navios serão representados por objectos quaesquer . Não haverá nenhuma enscena– ção especial, mas convirá haver algumas das cousas que fazem parte dos episodios, como o cha– péo preto, a carapuça vermelha, o barrete. o papagaio,. a gallinha, arcos e flechas ou obJectos pare– cidos, etc. Nada de papeis deco– rados :pelos alumnos, na~a de ~r– tificialism-o.. Qualquer s1gnal d1s~ tinguirá Cabral, Caminh~, frei Henrique ou outro. O que impor– ta é ser a dramatização um traba– lho pessoal da classe, uma oppor– tunidade de revelar iniciativa e intelligencia, um meio de interes– se pelo estudo da historia. O pro– fessor será um companheiro mais velho a collaborar com a classe, sem prender-se a roinucias des– necessarias. O fim principal es-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0