Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44
.. REVISTA DO E NS I NO 65 ieitura é o baplism-0 escola r para eliminal-o, descortinando ao es– pirita do alumno um novo mun– do. 4. A bem d o ensino da leitura, conviria instituir cartões de al– phabelização, a rtisticamente 'im– pressos, em cada um dos quaes o professor escrevesse o nome do alumn o alphab etizado e os nume– r asse, datasse e assignasse. Esse docum-ento, entregue na aula ao a lumno com certa solcmnidadc, seria a c ertidtw do baptismo es– -colar, que egualmen te attestaria, em sua ordem numerica, a quanti– ,dade de alumnos alphab etizados pe1o professor. 5. Comece o professor o ensino -da leitura por desp ertar o inte– r esse dos alumnos, narrando bo– nitas historias e r ecita n do, bellas poesias de livros que lh es apr e– sentará, rada um por sua vez, e que elles naturalmente d esejarã o ler mai.s tarde. I sto servirá de ,apperitivo para a leitura. 6. Ensine a l er p elo processo ideo-visual, estudando, p elo me– nos, "O mell10do Decroly", de Amelie Hamai:de, do qual existe traducção em portuguez . 7. Preste attenção ás palavras de Claparéde no prefacio desse livro: "Que cada qual busque in– spiração no espirita profundo do methodo Decroly, mas conservan– do-se livre - respeitando embora .as ,,r andes leis do desenvolvimen– to ºmen tal e da psychologia in– fantil, que não se podem trans~– gir impunem~nte - p ara re~h- 2aI-a por meio de suas propnas aptidões". 8. Inspire aos alumnos o amor da l eitura, d a ndo-lhes exemplo desse amor, re fl ectido n as lições q ue lhes mini stra, 9. Faça-os adquir~r o h apito _de ler, p refe rindo a leitura s ilenc!o– ""ª e estab elecendo para esse fim ; "hora da bibliotheca" . 10 Installe a bibliotheca na sala de aula, apenas uma estantezinha, si mais não puder ser, com livros escolhidos. 11. Seja a 'bibliotheca o movel mais b ello da sala de aula. 12. Consign e o professor, peri~– dicamente, os r esultados do ensi– no da leitura: tantos alumnos que uprenderam a ler em tal tempo; outros em tantos mezes, e assim por deante. Des ta forma consegui– r á, em occas ião opportuna, deter– minar a média do tempo neces– sario para aprender a ler , 13 Comnlcta ndo a estatisticil precêdente,- d eclare o professor a que causas a ltribue o a trazo em leitura de taes e taes alumnos: a elles proprios, ao processo de en– sino, á cartilha adaptada, etc. 14. In vente meios de tornar a leitura uma das occupações pre– dilectas dos alumnos, tanto nos dias lectivos como nos dias feria– dos e n as ferias. 15. E stude as melhores carti– lhas existentes em nossa lingua, e verifique qual a que deve ser pre– ferida, dando ao poder competen– te a sua opinião fundamentada. 16. Faça annualmente uma. esta– tís tica rela tiva á frequencia da bibliotheca: quantos alumnos a frequentaram com regularidade, que obras foram lidas por este e por aquelle, etc. 17. Institua como unico premio escolar "o livro'', com a respecti– Ya dedicatoria. A leitul'a e a arvore Aprender a ler é como que plantar uma a rvore. , . A leitur~ es tá para o esp1nto como a a rvore p ar a a terra, . ,A a rvore valoriza a terra; a lei– tura valoriza o espirita. A leitura instrue, é alimento in– tellectual. A arvore dá fructos, é nutrição p ar a o corpo. A leitura é como uma das fon– tes mais puras de prazer. A a rvor e dá-nos prazer á sua sombra deleitavel.
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