Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

H.EVISTA DO ENSINO escola, dar-lhes sentimentos de Jei e de ordem, tirar-lhes a timi– dez, alargar-lhes os interesses, desenvolver-lhes o julgamento, habitual-as ao trabalho em gru– .po, etc. Em qualquer das actividades escolares, nota-se claramente o exercicio dessas qualidades. Ex– -emplo vivo é o auditorium, insti- tuição escolar úe alto:; valores educativos e que o llegulamento , actual contempla sabiamente. E' o auclitorium uma reunião da es– .cola para a apresentação dos tra- balhos escolares. Abre ensejo a ,que os alumnos communiquem a todos os seus companheiros os seus trabalhos, as suas leituras, Rs suas experiencias e informa– ções. Tomando parte nelles e ex- 1>ondo o que aprenderam, nu- ma viagem, num passeio, em ca– sa, lendo um livro o,, ou, indo uu– 'tra pessoa, a creança perde a ti– midez, exercita-se a exprimir com correcção e clareza os seus pensamentos, habitua-se a levar a sua contribuição á obra com– mum. Por outro lado, a creança .que assiste ao auditorium, Gpren- de a portar-se nas assembléas, adquire altitudes correctas, cul– tiva a critica e o julgamento, exercendo-os com acerto e recti– dão, e acostuma-se a applaudir as cousas diRnas de applauso. O ·auditorium não deve ter caracter festivo. Pode ler a sua face hu– morística, mas essa face não de– ...,.e constituir todo o auditorium. Não pode perder o seu caracter ,de actividade ~scolar, isto é, acti– vidade da escola, destinada a des– envolver nos alumnos aquellas virtudes fundamentaes de ho– mem e de cidadão, já r eferidas -na ultima aula . 3.• aula motivos que podem ser explora– dos para esse fim: projecções lu– minosas; habitação, illuminação, vestuarfo, · e historia dos tres; relatorio oral de uma excursão; datas nacionaes, factos histori– cos, naração âe historias, tlrama– tização, musica, canto, dansas re– gionaes, concerto de victrola com discos escolhidos pelos alumnos, jogos, gymnastica, hygiene em seus principaes aspectos, como alimentação, agua potavel, etc.; acontecimentos locaes, homena– gem aos homens notaveis, costu– mes regionaes, festas tradicio– naes, demonstrações de trabalhos de varios clubs, como o de scien– cias, apresentando trabalhos so– bre arvores da localidade; expo– sição de productos do meio, etc. Passou, depois, a discorer so– bre a organização, recommendan– do o plano previo, reunião do maior numero possível de alum– nos, comparticipação espontanea das creanças e aproveitamento do trabalho das mesmas. Recom– mendou, ainda, que se devem evitar a lista interminnel de re– citativos, conferencias e pales– tras acima da comprehensão dos alumnos, a falta de relação dos pontos do "auditorium" com o programma do ensino, cumprin– do, . ao contrario, que elles .por– tam do programma e para elle voltem. Frisou, entre os valores do "au– ditorium", a unificação da escola e a constituição do seu espirito. Iniciou, por ultimo, o cstuclo dos clubs. 4.• aula . Co_nti1!pando a falar sobre "au- -01tonum , a professora descreveu varios typos dessa instituição apontando os principaes defeito~ que entre nós têm a mesma reve– lado. Assignalou a multidão de A professora Amelia de Castro Monteiro, dando seguimento aos topicos do programma, estudm a organização dos clubs em ge-– ral, e particularmente do c~ub de leitura. Determinou o~ f1~s deste e a fórma de organ1zaçao adequada á consecução desses fins. Referiu varias sessões ~e club de leitura a que teve occas1-

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