Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

.. :6() REVISTA DO ENSINO · Negou a qualidade de intuitivo -ao ensino feito através à'e map– pas e grap'lücos, como ord·inaria– mente se pratica entre nós. Suhlinlhou, ainda uma vez, a forma !Por que os processos intuitivos favorecem ia acqui– :sição . dos conhecimentos, enri– quecendo o espirito de imagens ,e d-e impressões, interessan'do a creança com a apresentação da tarefa sob uma forma agradavel aguçando-lhe o desejo de instruir~ ·5e e ensinando-a a 01bservar. !Mas a intuição é apenas um ponto de partida do conhecimen– to, porque através della o espi– rito toma contacto com a mate– •ria e só pode assirnilal-a pela acti– vidade d'o almnno, por sau tra– lbalho pessoal. E' esse o papel do -ensino pela acção, que encontra justificativa na natureza da cre– :ança, nos seus interesses e nas suas tendencias. Dando liberdade á creança l)aTa falar e agi.r, veriific-ar-se-'1 a manifestação dessas tendencias e interesses, que Dewey classifica -em ,quatro grup_os: 1.º sociabili– dade (tendencia de communicar imoressões); 2 . º curiosidadte (ex– plor-ação e explicação da nature– -za); 3. º, activid'ade physica (que se tra~uz em movimento e con– -strucçoes); ~. º, expressão artisti- -ca (tendenc1a a construir men- talmente e a crear). 4. • aula . Tendo assentado, na aula ante– r~or, as qu-atro principaes tenden– ,cias d 1 as creanças, isto é a socia– bilidade, a investigação: a con– ·strucção ou actividade physica e o gosto pela arte, passou a pro– fessora a commentar uma por uma, _mo st rando que partido se tem tirado e qual se dteve tirar d.• cada uma dellas em nossas es– •colas. Assim,_quanto á tend'encia de e-0mm~n,1car os seus pensamentos -e sentimentos aos outros, que é tão propria d:a creança vê-se que a escola não a teni sabido aproveitar, porque coage e emba– raça essa tagarellagem util das creanças . E' excellente opportu: · nidade para a ed'llcação, sobretu– do no que concerne á linguagem. A escola deve não embaraçar, mas transformar-se no sentido de fa– vorecer e satis:fa.zer essa tenden– cia. Quanto ao espirito d 1 e inves– tigação, necessidade de saber to– das as coisas e explical-as bem, é ex'Cellente elemento para ser posto em jogo em muitas mate– rias, como as sciencias naturaes a geograp'hia, etc. Quanto á con~ strucção, necessidad'e de estar continuamente fazendo e fabri– cando alguma coisa, deve ser aproveitaoo nos trabalhos ma– nuaes, em que se lhe dará dire– cção util e fecunda. A professora considerou langamente a metho– dologia dos trabal!hos manuaes e c?mo deve ser orientado esse en– Sl!)O em nossas escolas, de modo -a integral-o no curso, fazendo cor– p_o e unidade com as outras mate– rias. Quanto á tendencia artísti– ca, 9Ue s~ revela a miudo na vi– da infantil, como rabiscos desti– nados a illustrar historias dTa– m~tizações, etc., deve se~ apro– veitada para acquisição de co– nhecimentos e ha,bilidades indis– p_ensaveis, num bom curso prima– rio. Attentuou, por ultimo, á .pTo– fessora que taes tendencias de– vem ser aproveitadas conjuncta– mente e que só aproveitando-as e só por intermedio d-ellas é que se pode faz-er ensino -d·e facto apro– veitavel e efficaz . 5.• aula A professora Luh:a Valladar~ Ribeiro discorreu, sobre o met'ho– do de projectos. Criticou com vivacidade o ensino fragmentario e d'esinteressante e recommendou o alludido methodo como o ade– quado paTa incutir interesse e unidade ao ensino, por estar de \ . 1

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