Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44
--- ---- R~VISTA DO ENSINO 53 •e aprendiam agindo - Com a creação da escola, serviu-se esta de elementos artificiaes para apressar a transmissão, á infan– cia, das experiencias dos adultos: dahi o divorcio entre a escola e a vida - A sc'iencia pedagogica predica a reintegração da escola dentro da vida - A educação como desenvolvimento do indi– yiduo sob os aspectos ,physico, mtellectual, moral e social - Si a educação é desenvolvimento e si o desenvolvimento é vida, a educação deve ser vida - O erro dos processos antigos, de encher a cabeça das creanças - O pro– fessor, como os directores politi– cos de um paiz, deve, não se ser– v1r da creança como um meio para alcançar um fim, mas como um fim em si mesma: Napoleão serviu-se. da educação para al– cançar os seus fins mediante o sacrifício da mocidade - Neces- - sidade de transformar a escola e tudo quanto se lhe refere, de ac– cordo com a e ern beneficio da creança-A escola só tem razão de ser por causa da creança: tudo mais, programmas regulamento, professores, material, deve dis– por-se em funcção da creança. 2.• aula A professora voltou a insistir no contraste entre a escola anti– .ga e a moderna. Mostrou a diffe– rença existente entre a escola que fazia da creança um celleiro de informações e a que pretende desenvolver a creança -physica, intellectual, moral e socialmente . 1Falou sobre o valor da infan– cia e a necessidade de fazer com ique as crea-nças a v1va,m intei– ramente, pois a uma infancia truncada corresponde uma matu– ridade defeituosa. Discutiu os fins da educação, como sejam: minis– trar informações, preparar para a ~ida, incutir bons habitos physi– cos mora.es e mentaes. Analysou detidamente os quatro principaes problemas de uma sociedade: saude, trabalho, sociabilidade e repouso, e estudou os Estados Unidos e o Brasil sob esse qua– druplo aspecto. Por ultimo, con-– citou as professoras a convergi– rem esforços para que encontre– mos, ein nosso meio, a solução adequada dessas questões. 3.• aula .A professora Benedicta Vallada– r-es voltou a conceituar a educa– ção e determinar quaes os fins da escola. Sendo o tempo escolar ape– nas de quatro annos e occupan– do por isso um pequeno trecho na curva da vida, é certo que a esco– la não póde cultivar a ambição de fornecer uma completa preparação para a vida. Cabe-lhe, sim, aco. lher as creanças, nellas suscitan– do poderes ·e virtudes que lhes são proprios e permittindo-lhes, as• sim, que mais tarde se desenvol– vam por suas proprias forças. Em summa: a escola não pre– tenderá desenvolver inteiramente as creanças no curto lapso de tem,. po em que estas lhe são confiadas, e sim tornar possivel o desenvol– vimento ulterior. ,Além desse fim geral,_a p·rofes– sora assi·gnalou outros objectivos já referidos na aula anterior: saude, trabalho, sociabilidade e re– pouso. Passou a ·estudar varias mate– rias, actividades e instituições es– colares, sob esse quadruplo aspe– cto e recommendou que os profes– sores estudassem todas as suas li– ções á luz desse me::,mo criterio. •Assim a leitura contribue para a saude' ·pelos ensinamentos hygie– nicos 'que transmi~te; para o tra– •baJ.ho, com os meios qu~ recom– menda visando a renovaçao de sua technica; para a sociabilidade e para o civismo, porque sem ella o homem não é -cidadão; para o re– pouso, porque não ha modo mais ·sadio e fecundo de occupar util– mente o tempo. _J
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